Decorreu no auditório do Centro Cultural de Angra do Heroísmo a 9ª edição do concurso AngraRock, no qual participaram 11 projectos, sendo 9 da Terceira e 2 de S. Miguel. Este ano notou-se uma maior qualidade – pelo menos mais análoga – do que em anos anteriores. O júri era composto por Nuno Norte, músico, vencedor do concurso Ídolos, membro das bandas Parkinson e Filarmónica Gil, Hélder Xavier, músico e actor e Duarte Gomes, músico. Mais uma vez – ou não fosse um concurso – algumas decisões do júri deixaram a desejar perante uma parte do público, que nunca sai satisfeito na sua totalidade.
Existiram alguns comentários, proferidos no local e escritos na blogosfera posteriormente, que mencionavam o facto de por vezes premiarem-se bandas que não são de Rock, ou não estão bem enquadradas na terminologia Rock, como já aconteceu. E realmente no regulamento do concurso está bem explicito que podem concorrer projectos de qualquer género musical, logo, até poderia ganhar uma banda de jazz ou de folk que, do modo que está, não foge à ideologia do evento. Mas se assim é – e permitam-me uma opinião pessoal neste caso – então temos aqui um paradoxo, pois se podem concorrer bandas de qualquer género, então porque o concurso se intitula AngraRock?! Se é AngraRock, então só devem concorrer projectos de Rock. Se é para todos os géneros, então altera-se o nome. Concurso de Música Moderna de Angra, Concurso de Bandas de Garagem de Angra…qualquer coisa que não redima o evento ao Rock.
Se fosse – a título de exemplo – o Hip-Hop Angra 2008 e concorresse os Anomally ou os Strëam, o que diria o público que lá estava para ver projectos de Hip-Hop?! Estão a ver, não estão? Então é o mesmo que sente o público que vai ao AngraRock para ver bandas de Rock e vê bandas que de Rock só tem três riffs, uma bateria “atrevidota” e o resto é “Salsa e Merengue”. Este apontamento não é para as bandas! Todos têm direito a participar. É sim para a organização que deve mudar o nome do evento para algo mais generalizado e todos já sabem com que podem contar – todos os géneros musicais – ou então inclui-se no regulamento que é só para projectos de Rock e – se for necessário – um júri faz a pré selecção dos projectos que vão concorrer. Caso contrário um ano destes até as bandas populares iniciam-se na caça do prémio.
Falando dos artistas (e pelo curto espaço aqui disponível, a review será muito sucinta), o AngraRock abriu portas na quinta-feira, dia 12. Vamos por ordem de actuação.
Existiram alguns comentários, proferidos no local e escritos na blogosfera posteriormente, que mencionavam o facto de por vezes premiarem-se bandas que não são de Rock, ou não estão bem enquadradas na terminologia Rock, como já aconteceu. E realmente no regulamento do concurso está bem explicito que podem concorrer projectos de qualquer género musical, logo, até poderia ganhar uma banda de jazz ou de folk que, do modo que está, não foge à ideologia do evento. Mas se assim é – e permitam-me uma opinião pessoal neste caso – então temos aqui um paradoxo, pois se podem concorrer bandas de qualquer género, então porque o concurso se intitula AngraRock?! Se é AngraRock, então só devem concorrer projectos de Rock. Se é para todos os géneros, então altera-se o nome. Concurso de Música Moderna de Angra, Concurso de Bandas de Garagem de Angra…qualquer coisa que não redima o evento ao Rock.
Se fosse – a título de exemplo – o Hip-Hop Angra 2008 e concorresse os Anomally ou os Strëam, o que diria o público que lá estava para ver projectos de Hip-Hop?! Estão a ver, não estão? Então é o mesmo que sente o público que vai ao AngraRock para ver bandas de Rock e vê bandas que de Rock só tem três riffs, uma bateria “atrevidota” e o resto é “Salsa e Merengue”. Este apontamento não é para as bandas! Todos têm direito a participar. É sim para a organização que deve mudar o nome do evento para algo mais generalizado e todos já sabem com que podem contar – todos os géneros musicais – ou então inclui-se no regulamento que é só para projectos de Rock e – se for necessário – um júri faz a pré selecção dos projectos que vão concorrer. Caso contrário um ano destes até as bandas populares iniciam-se na caça do prémio.
Falando dos artistas (e pelo curto espaço aqui disponível, a review será muito sucinta), o AngraRock abriu portas na quinta-feira, dia 12. Vamos por ordem de actuação.
Black Nails:
Não passaram a 1ª eliminatória.
Quasar:
Não passaram a 1ª eliminatória.
4Saken:
System Failure:
Não passaram da 1ª eliminatória.
Cysma:
Public Seven:
Anéis de Marfim:
Angel Wings:
Nomdella:
A voz, poderosa e de grande presença, também está melhor desde as ultimas actuações, embora nas partes limpas o trabalho tenha que ser a dobrar. Nunca soou bem. Nota positiva para a distorção escolhida pelo guitarrista, um som cru e a fazer lembrar o Trash dos anos oitenta. Passaram à final, onde foram a segunda banda a actuar e aqui com uma prestação superior à do dia anterior (o baterista parecia que estava a tocar para 90 mil pessoas no Rock in Rio. Vibrava, gritava e gesticulava com todas as partes do corpo que podia!). E realmente esta segunda prestação mais convincente poderá ter sido a razão de terem arrecadado a 2ª posição na final, convencendo o júri, um resultado que surpreendeu o público e, pelas reacções, também a própria banda.
Zero Killed:
Anjos Negros:
Resta dizer que o mais importante foi ver os músicos e amigos reunidos num espaço comum e em torno da música. A vontade, a entrega e a paixão com que os artistas se dirigiram ao Centro Cultural é de louvar e criou um bom ambiente, algo que devia se manter, renegando para segundo plano certas rivalidades, agonias e ódios que perduram neste mundo da música e da cultura.
Parabéns a todos os intervenientes: organização, produção, artistas e público, peça chave para que tudo isto aconteça.
Parabéns a todos os intervenientes: organização, produção, artistas e público, peça chave para que tudo isto aconteça.
in jornal "A União", 18 de Junho, 2008
"A Noite" - RDP-Açores, 18 de Junho, 2008 (texto parcial)
15 comentários:
Qual é a importância do nome do concurso?
O regulamento não é explícito?
O que interessa é haver a possibilidade de as bandas locais poderem ter um palco onde possam tocar em condições dignas.
Quanto às decisões do júri, quem se mete em concurso ou tem capacidade para aceitar o resultado ou então o melhor que faz é ficar em casa.
Volto a dizer o o nome do concurso NÃO INTERESSA, até porque o rock é uma coisa tão abrangente que não seria fácil saber o que é o que não é rock...
E em relação o festival como ficamos o muda-se o nome ao Angra rock?
O Rock In Rio ou o Super Bock Super Rock também costumam ter bandas no cartaz que não são de rock como ficam mudam para Qualquer-coisa Rio ou Super Bock qualquer-coisa?
Marco Silva
Realmente, e embora continue a achar que AngraRock é Rock e mais nada, tenho que admitir que estava enganado pois nao conhecia o regulamento como aliás não o conhecem a maior parte do people que faz comentários ao evento. Falaram do Rock in Rio e do Super Bock Super Rock...pois.... é mesmo verdade. O nome não tem nada a ver. Ivete Sangalo garantidamente não é rock. Mas estava lá. Nunca tinha pensado nisso. Uma coisa é certa, como diz o miguel, devia se fazer pré selecção. Agora... na me parece é que tivessemos 11 bandas a concorrer uma vez que em qualidade mínima muitas deixam a desejar.
Ricky
Caro Marco:
Tens razão, o Super Bock Super Rock e o Rock in Rio também utilizam para se caracterizar o nome Rock e muitos dos artistas que lá vão não são de Rock (Ivete Sangalo, como disse o Ricky é um bom exemplo).
Mas aí é que está o problema, pessoalmente não concordo com essa "generalização" que se faz ao termo Rock. Tudo é Rock hoje em dia e o próprio termo já acarreta um conceito comercial que vende bem. E isso praticamente só acontece com esta terminologia.
Por acaso passa-te pela cabeça ires ao AngraJazz e veres uma banda de Rockabilly, Pop ou Rock? Alias, em qualquer festival de Jazz, vês algum género que não seja Jazz inserido no cartaz?
O máximo que poderás ver a fugir ao género são fusões com Blues e pouco mais.
Utiliza-se Rock para tudo e isso é que está mal, seja nesta cidade ou em qualquer outro lado e, para ti, isso pode não ser importante, mas para mim é.
E sim Ricky, continuo a achar que a pré selecção era uma boa hipótese. É preferivel teres 5 bandas (numa só noite de evento) com um minimo de qualidade a actuar e teres um concurso renhido e bem disputado, do que teres um evento com 11 ou 12 bandas, sendo que quase metade delas são excluídas quase à partida.
E se não sabem, quase todos os concursos a nível nacional só fazem uma final (ou pré eliminatória) depois de pré selecção/votação online, dependendo do caso.
Abraço
mas afinal quais sao as bandas k tocaram no angrarock k nao sao de rock ? alguem me pode informar
Concordo com o Miguel Linhares na questão do rock e dos concursos. Rock é rock. Mas então tentem mudar o regulamento ou o nome. Mas nao façam é coisa pa depois boas ou más nem termos bandas a concorrer.
Ahh.. outros saberão mais do que eu mas... o que fugiu mais ao estilo foram os vencedores mas... epá eu pelo menos acho que aquilo pode-se enquadrar no rock mas nao posso aprofundar a questao pois nao tenho conhecimentos para isso. Viva a música.
Já agora, Miguel, dos riffs e da salsa e merengue percebi, agora da bateria atrevidota é que nao. Referiaste ao Nuno Pinheiro? Eu gostei de o ver tocar e pareceu me bem. Nao percebi o que queria dizer o adjectivo. Se calhar é um comentário positivo. ehehe! desculpem a ignorância
Ricky
Miguel, bataria!
Não conhecia o teu espaço aqui na net, mas após aviso de interpretações de comentários que passaram por meus, vim cá parar.
Estás de parabéns e o espaço assenta muito bem no trabalho que tens vindo a desenvolver, e muito bem, nos jornais.
Só queria dar uma achega na questão do concurso, desasombrada porque não faço parte da organização:
Eu acho que a oportunidade de termos na Terceira um concurso em que bandas, qualquer que sejam as variações e derivações de estilos que possamos imaginar e inventar, é demasiado valiosa para pensarmos em elitizar a participação e castrar a criatividade e vontade de participar.
É a bem dizer a única oportunidade que temos nesta terra que muitos músicos sentirem o palco, com som e técnicos decentes para apresentarem o seu trabalho.
Uns experientes e rodados habilitam-se a ganhar uns prémios, outros inexperientes e caloiros, ganham os primeiros calos e suores frios, que certamente jamais esquecerão. Acho que no fim, o todo é extremamente positivo.
Ora se tivéssemos um circuito, e uma população alargada pra este tipo de coisas, poderíamos pensar em seccionar e dividir para potenciar ao máximo as melhores performances. Na minha opinião julgo que não é o caso.
Por isso considero a questão do nome do festival fútil e inconsequente. É um nome. Grave seria desrespeitar o regulamento que existe.
Outra coisa são os gostos. E se calhar com o jurí do ano passado os resultados eram diferentes. Mas pra isso é que existe um jurí, para decidir consoante a sua opinião e no fundo... gosto.
Por isso bataria, chega-lhe fogaça, fica aqui a minha participação no teu espaço, junto dos parabéns pelos 5 anos de luta pela música!
Peixe
Caro Miguel:
Continua a achar que o nome é o que menos interessa em tudo isto.
Quanto à questão de haver pré-selecção julgo que poderá até ser uma boa ideia no que se refere ao que se apresenta ao público (minimo de qualidade) mas muito mau para quem percisa de um palco (no caso do Angra Rock com todas as condições) e não encontra a não ser nas recreios ou nas fanfarras quase em circuito fechado.
No que se refere aos concursos que se fazem no continemte é precioso ter em conta que forçasamente tem que haver uma fase de selecção quando se inscrevem 100, 200 ou 300 bandas como acontece com os mais alicantes cujo o prémio é justamente tocar num grande festival como o Super Bock Super Rock (ehehe a tal palavra que tanta discussão motiva...)
Eu sei que não é nada agradável ir ao ROCK IN RIO e ouvir a Bretny Spears (será que é assim que se escreve?), a Ivete Sangalo ou até mesmo a "moranguices" das Just Girls, mas é a vida... aquilo tem que púbblico para ser viável e os brasileiros não são nada tolos.
O mesmo acontece com o Super Bock Super ROCK onde já passaram por lá os Black Eye Peas ou (socorro!!!) o gringo do 50 Cent.
Quanto à referência ao Angra Jazz lembrei-me do grupo sueco EST, que o lider morreu no passado sábado. Os gajos tocam de tudo, pop/rock, jazz, electro e não foram expulsos do festival por isso e até foram aclamados como um dos grupos melhores...
Hoje em dia, não podemos perder muito a meter as coisas em gavetas, para mim só existem dois géneros de música: A BOA E A MÀ.
Abraço
Esqueci-me de assinar o comentário (ehehe)
Marco Silva
Boas pessoal.
Não me quero alongar muito neste assunto e vou tentar que este seja o meu último comentário.
Em grande parte dou razão ao que aqui foi dito, mas continuo a ter o meu ponto de vista... e que mau seria o mundo se fosse todo amarelo, não é?!
Ricky:
O comentário da bateria "atrevidota" e da Salsa e tudo mais não era para ninguém em especifíco, se achas que eram para eles, então essa é a tua intrepretação. O Nuno Pinheiro é um excelente baterista e isto é a única coisa que tenho a dizer sobre ele. E sobre a banda que ganhou, basta ver a minha review Foram os melhores.
Anónimo:
Uma banda que actuou este ano e não era Rock - Anéis de Marfim.
Peixe:
Obrigado pela tua visita, passa cá mais vezes lol. E obrigado pelas palavras.
Quanto à questão do nome - e para que se perceba a minha posição - no fundo para mim é o menos importante. E já falei muito com o Hélio Vieira e ele sabe as coisas que gosto menos no evento e que se podia mudar. Trocamos opiniões, é só, e eu tenho uma imagem de concurso diferente e uma imagem de festival muito diferente. Nunca brigámos por isso e é só o meu ponto de vista, só de uma pessoa que fala com ele ocasionalmente sobre isso.
Existem - para mim - coisas muito mais importantes para se mudar no evento, mas também não as vou divulgar aqui, não é o local certo.
E só para acabar: levantei a questão do nome porque acompanho o AngraRock desde a sua primeira edição, já ando na música há muitos anos e conheço muitos músicos e apreciadores de música, e de há uns anos para cá é a maior critica que ouço é a de haverem sempre bandas de baladas, ou de Cha-Cha-Cha ou de Pop... e isso - já percebi - irrita muitas pessoas. Mas muitas mesmo, não estou a falar de uma dezena ou duas!
Mas este ano essa questão levantou-se com mais força, cada um sabe o porquê de se ter irritado mais com essa situação. Logo, acho que essa situação devia ser corrigida. O público terceirense de Rock é muito ferrenho, e se chegam ao evento e não há umas guitarradas potentes, energia e som que faça mexer com os pés e cabeça...o pessoal passa-se.
Se fosse em S. Miguel acho que seria pior. O Metal domina o meio micaelense. Vá lá que aqui não é assim, senão então caía o Carmo e a Trindade com as bandas de Metal a acabar em 2º lugar.
Portanto, na review dei uma opinião pessoal, baseado num sentimento que também tenho - mas não dou importância - mas devido a muitas, mesmo muitas, pessoas terem esse mesmo sentimento - e levarem-no mesmo a sério - decidi trazê-lo ao texto. No fundo o meu trabalho passa muito por captar opiniões, perceber as reacções do público, ouvir comentários, perceber o ambiente que rodeia um espectáculo e depois tentar transmiti-lo da melhor forma para a escrita.
Espero que percebam isto. Respeito todas as vossas opiniões e agradeço desde já as vossas visitas ao Musicofilia e os vossos comentários.
Abraço
Tenho k dizer k fikei mt contente pela aprovação do primeiro lugar e segundo lugar no concurso de angra rock, contudo os meus parabens.... Rodrigo Santiago " o amarelo"....
Suponho que o tema que aqui se encontra a ser discutido é o titulo do festival blá, blá...
No entanto, surgem ataques pessoais, especificamente Nomdella e ao seu baterista, IRRELEVANTES!!!
Agradeceria que se concentrassem o tema e que divertissem enquanto o fazem, "ou entao não"...
P.S:. Agradeceria que o removessem, por causa da questao da não importancia e afins...
Caso ele permaneça, só posso supor que seja por desejo do autor do blog com intuito de insulto...
Boas.
Já não venho aqui há muito tempo e fiz uma pausa no Musicofilia desde o Verão passado, por isso mesmo não venho cá muito.
Reparei num comentário recente de desagrado em relação a um anterior-ofensivo- e que já estava há mais tempo. Já o retirei e também retirei os últimos dois do anónimo que "reclamou" por também não serem os mais correctos!
Contenham-se nas palavras senão ainda vou ter que fechar comentários neste blog...ainda por cima sobre um assunto que foi há um ano.
Abraço a todos e obrigado pela visita.
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