domingo, dezembro 26, 2004

Será ele capitalista?

Arrepio-me com o burburinho quem fazem nesta época do ano! Tem que ser tudo colorido e enfeitado, quando morrem centenas de crianças diariamente vítimas da fome, doença, angustia, tristeza e indiferença? Se calhar estou a entrar num tema provável se ferir as susceptibilidades de todas aquelas pessoas que agora preparam-se para a festa, emaranhados em compras coloridas de notas…nem vou falar mais nisso, mas era suposto haver mais um pouco de bom senso e argúcia não só nesta época do ano, mas durante todos os dias do mesmo! Se calhar até eu cometo o erro de me esquivar aos denegridos da sociedade, pois como ocidentalizado que sou, revejo-me em alguns dos defeitos da Aldeia. Viramos costas à realidade e entramos num sonho Natalício cheio de chocolates e de embrulhos indiferentes ás asneiras que cometemos conscientemente. Digo conscientemente, mas até se calhar estou a dizer alguma asneira, para a maior parte das pessoas, consciência deve ser um daqueles termos que é necessário recorrer a um dicionário para entender a sua engrenagem. Mas nem tudo vem nos dicionários e o dinheiro não comprará a inteligência. Fosse a inteligência escrava do dinheiro e mesmo assim nem todos a teriam! Discriminação, ainda assim! Mas por a inteligência ser na sua maioria inoperante, esta sociedade “bem vestida” que julga ser o exemplo a seguir, rege-se por regras que não podem ser alteradas, por pena de os infractores serem diversificadamente rotulados e empacotados. Aqui sim, e deixando as “politiquices” de lado, entra o mundo da música moderna e todo o movimento agora chamado de “urbano”, que facilmente é varrido da paleta dos bons costumes. É isto que me enerva profundamente! Não é só ignorarem os pobres, os doentes, os famintos, os mendigos e outros, mas é também quererem pensar pelos outros e mandarem nas suas vontades! E morrerão afogados nas dívidas que criaram e nos embrulhos laçados que um dia lhes deu uma suposta alegria. É o nosso mundo, a nossa ilha, a nossa cidade… Esta é deveras uma triste realidade que passará o ano connosco.
A todos umas boas festas, independentemente das vossas crenças ou religiões, pois o Natal, acima de tudo, é Paz, amizade e compreensão e que entrem no ano de 2005 ainda com mais força para tentarem mudar este mundo de vis contradições. Manifestem-se pelos vossos ideais!!!


in Jornal "A União" 23 de Dezembro de 2004



Tem uma boa posse! Posted by Hello

sábado, dezembro 25, 2004

Bom Natal!

Que todos tenham uma noite de Natal porreira com aqueles que mais gostam. Força e divirtam-se!!!

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Um poema feito para Ela

Olhares


Como eu o senti... aquele comentário lacónico.
Fui completamente desfeiteado por aquele ataque verbal,
Tão fortes foram as palavras, tão belos eram os lábios que as rezavam,
Sóbrios sobre aquele tom avermelhado natural...
Tanto mais lindos eram os olhos que para mim não olhavam!

Preferiu não olhar naquele breve momento,
Não sei se por desprezo, ou teria sido por medo...?
Não sei, porque ouvindo-a distraía-me, fugia,
Corria, porque para mim ainda era muito cedo.
Exortava para que não chegasse aquele dia.

Fiquei famélico quando decidiu olhar-me!
Olhos nos olhos, ficaria infinitamente com ela,
A ter diálogos ensurdecedores, mudos...
Já o fizemos, cada vez que o fazemos deixa-nos uma sequela.
Abstraímo-nos de todos os outros mundos!

Fiquei a absorver todo aquele exórdio
E a cada olhar que por mim lhe era dirigido,
Ela na sua graciosidade ripostava violentamente!
Depois de ataques tão belos, senti-me rendido...
E sinto-me comprado por aquela beleza tão magnificente...

Miguel Linhares Angra do Heroísmo, 02 de Janeiro de 2003

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Uma semana azarada.

Esta semana a seguir ao dia 13 de Dezembro é sempre azarada para mim. O dia 13 deste mês é sempre muito mau para mim e este também o foi. Tudo corre naturalmente mal! Então se for numa sexta feira...
Foi numa sexta feira 13 de Dezembro que eu perdi a pessoa mais importante da minha vida, o meu idolo, o meu professor, o meu conselheiro, o meu amigo, o meu Pai. E é este o dia que eu não consigo esquecer. O dia em que parte da minha infância e da minha vida morreu e que ainda hoje, passados 13 anos, é o meu dia mais lacrimoso...

Fernando Linhares
09.03.1927 - 13.12.1991

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Cultura urbana inexistente nesta ilha.

A Jam Session não existiu! Assim que começou a festa e passado meia hora, a policia apareceu e encerrou a festa. Ainda era 23:15!!! Tudo por causa de uma senhora "dita" juíza que mora em frente ao antigo Cine Clube e aparentemente não gosta de ver movimento perto de casa, porque nem foi pelo barulho, que até no entender das forças policiais quase não se notava. E é assim que se vive nesta nossa ilha...muito atrás e sem sintomas de desenvolver! Em nome da 9xRock-Açores, obrigado aos que compareceram e desculpem-nos por não termos concretizado a noite que prometemos, apesar de se ter passado de portas fechadas uma noite agradável!

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Dimebag!

Morreu um dos melhores guitarristas de toda a história do Rock, Dimebag Darrell, fundador dos Pantera e dos Damage Plan.
20 Agosto 1966- 8 de Dezembro 2004



Dimebag Darrell Posted by Hello

Jam Session II

Será no próximo sábado que irá realizar-se mais uma festa com a assinatura da 9xRock-Açores. Será a partir das 21:30, na Fanfarra Operária e será toda a noite dedicada ao improvisso, á semelhança da Jam realizada no final do mês passado. Apareçam e levem o seu instrumento no carro, pois existe lugar para todos tocarem.

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Eu escrevo = eufemismo

O tempo é tão voraz que o dono do mesmo perde a noção do referido. Ainda agora começo a escrever e já estou baralhado! Se ao menos eu não escrevesse, não me baralhava. Porcaria de vício este, podia fazer tantas outras coisas…porque é que escrevo? É uma das coisas que mais gosto fazer, posso não dizer nada, mas escrevo tudo. Passar o tempo a escrever é uma forma anímica de alimentar as minhas ansiedades, desejos e sonhos, sob a silhueta de várias ideias, é descodificá-las, apresenta-las ao papel e ao mesmo tempo dar-lhes vida. É poder dizer tudo aquilo que quero sem ninguém me interromper - ai como odeio isso - e poder especular sobre o que quiser, para depois eu próprio criticar. Narcisismo, tão vil sentimento! Até há pouco tempo atrás, reservava-me e nunca mostrava o que escrevia, a ninguém mesmo! Talvez considerasse todos aqueles jogos de letras muito pessoais e reveladores da minha personalidade, consequentemente, dos meus defeitos. Até que um dia achei que mais alguém, além da minha pessoa, deveria ser incomodado com a tinta que gasto, quer dizer…, o código binário impera e passei a gastar mais electricidade e menos papel e tinta. Modernices! Então decidi opinar publicamente na comunicação social local. Por acaso, e agora rio-me, aqueles rabiscos incomodaram alguns senhores, engraçado, pensava que só dizia tolices e que com tolices ninguém se incomodava… em frente! Depois comecei a escrever para este jornal e com mais alguma responsabilidade, pois era sobre um assunto delicado e susceptível de muitas opiniões que quase de certeza serão opostas à minha. Homessa! Porque é que não concordam com aquilo que digo?! Tinha quase a certeza que era dono da razão… assim como o Copérnico tinha em relação à centralidade da Terra perante o Universo. Fantástico, dessa certeza, nada nos demove. Mas será que alguém se revê na minha escrita, pergunto eu? Será que alguém sente-se incomodado pelas mesmas partes sinistras do mundo que eu? Será que alguém, como eu, pensa que aquilo que escrevo não é escrever e aquilo que vejo não é ver? Bolas, lá estou outra vez a ser negativo! Coisas estas que me seguem e que não as explico, porque senão baralho-me. E se me baralho, é porque as escrevi.
in Jornal "A União", 8 de Dezembro 2004

terça-feira, dezembro 07, 2004

O tal artigo do Rogério de que falei...

Aqui á uns dias referi e dei a minha opinião sobre o artigo que o Rogério escreveu na revista Açores de Setembro. Depois de falar com ele e de lhe dizer pessoalmente o quanto tinha gostado da sua escrita de Setembro, ele publicou no seu blog, recém criado, o dito artigo que aconselho todos a lá irem ver. http://nihildom2004.blogspot.com. Vale a pena lá ir!

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Os estilos de Metal

O meu camarada Sarmento mandou-me um excerto disto que fui buscar á net e ponho-o aqui por achar que está fixe. Numa situação em que muita coisa pode acontecer, tenta-se perceber como reagiriam os fanáticos de alguns dos mais conhecidos estilos de Metal. De notar que o termo "come-a" repetido várias vezes, quer na realidade dizer "fode-a", salvo indicação em contrário!


Praia 04 Posted by Hello

Para entender as diferentes vertentes do Metal e do Rock, vamos imaginar uma situação e os seus respectivos desfechos na abordagem de cada estilo.
"No alto do castelo, há uma linda princesa - muito carente - que foi ali trancada e é guardada por um grande e terrível dragão"...
HEAVY METAL: O protagonista chega ao castelo numa Harley Davidson, mata o dragão, bebe litros de cerveja com a princesa e depois come-a. METAL MELÓDICO: O protagonista chega ao castelo num cavalo alado branco, escapa do dragão, salva a princesa, fogem para longe e fazem amor. THRASH METAL: O protagonista chega ao castelo, duela com o dragão, salva a princesa e come-a. POWER METAL: O protagonista chega brandindo a sua espada e trava uma batalha gloriosa contra o dragão. O dragão sucumbe enquanto ele permanece em pé, banhado pelo sangue de seu inimigo, sinal de seu triunfo. Resgata a princesa. Esgota a paciência dela com auto-elogios e come-a. FOLK METAL: O protagonista chega acompanhado de vários amigos e duendes tocando acordeon, alaúde, viola e outros instrumentos estranhos. Fazem o dragão dormir depois de tanto dançar, e vão-se embora, sem a princesa, pois a floresta está cheia de ninfas, elfas e fadas. VIKING METAL: O protagonista chega num navio, mata o dragão com um machado, assa-o e come-o (aqui "comer" quer dizer isso mesmo!). Estupra a princesa, pilha o castelo e toca fogo em tudo antes de ir embora. DEATH METAL: O protagonista chega, mata o dragão, come a princesa, mata- a e vai-se embora. BLACK METAL: Chega de madrugada, dentro da neblina. Mata o dragão e empala-o em frente ao castelo. Sodomiza a princesa, corta-a com uma faca e bebe o seu sangue num ritual até matá-la. Depois descobre que ela já não era virgem e empala-a com o dragão. GORE: Chega, mata o dragão. Sobe ao castelo, come a princesa e mata-a. Depois come-a outra vez. Queima o corpo da princesa e come-a de novo. DOOM METAL: Chega ao castelo, olha o tamanho do dragão, fica deprimido e mata-se. O dragão come o cadáver do protagonista e depois come a princesa. NU METAL: Chega ao castelo gabando-se de ser bom e o melhor á porrada. Quer provar a todos que também é um gajo teso e é capaz de salvar a princesa. Acha que é capaz de vencer o dragão; perde vergonhosamente e leva uma valente tareia. O protagonista Nu Metal toma um prozak e vai gravar um disco "The Best Of". GRUNGE: Chega drogado, escapa do dragão e encontra a princesa. Conta-lhe sobre a sua infância triste. A princesa dá-lhe um soco na cara e foge. O protagonista grunge sofre uma overdose de heroína. ROCK N'ROLL CLÁSSICO: Chega de moto fumando uma ganza e oferece ao dragão, que fica logo seu amigo. Depois acampa com a princesa numa parte mais afastada do jardim e depois de muito sexo, drogas e rock n roll, tem uma overdose de LSD e morre sufocado no próprio vómito. PUNK ROCK: Cospe no dragão, atira-o uma pedra e depois foge. Pinta no muro do castelo um "A" de anarquia. Faz um moicano na princesa e depois abre uma barraquinha de fanzines no saguão do castelo. PROGRESSIVO: Chega, toca um solo virtuoso de guitarra de 26 minutos. O dragão mata-se de tanto tédio. Chega até a princesa e toca outro solo que explora todas as técnicas de atonalismo em compassos ternários compostos, aprendidas no último ano de conservatório. A princesa foge. HARD ROCK: Chega num descapotável vermelho, com duas loiras mamalhudas e a beber Jack Daniel's. Mata o dragão com uma faca e faz uma orgia com a princesa e as loiras. GLAM ROCK: Chega ao castelo. O dragão rí tanto quando o vê que o deixa passar. Ele entra no castelo, rouba o hair dresser e o batom da princesa. Depois convence- a a pintar o castelo de rosa e a fazer luzes nos cabelos.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

A 1ª escrita!

A necessidade de escrever quase todos os dias leva-me a criar este blog e assim partilhar com aqueles que quizerem as minhas ideias nos momentos mais depressivos, ou alcoolicamente bem dispostos, que estes são os verdadeiros bálsamos para a criatividade. Apesar da mediocridade da escrita, ela é sentida e nunca simplesmente vomitada na tentativa de criar algo a que se lhe possa colar adjectivos futeis! Para mim é importante o que escrevo e o que digo, se alguém se identificar com isso, melhor, assim fico com a certeza que não sou o único que gosta de prestar vassalagem á tristeza! Este espaço também servirá para outros fins que achados adequados- e não necessáriamente deprimentes- porque a vida nos consome a cada segundo e existe sempre algo que fica por dizer...

Só nos Açores... Posted by Hello