quinta-feira, novembro 16, 2006

Inverno=falta de concertos

Texto - Miguel Linhares

Todos os anos por esta altura do ano falo sobre isto. É tão usual como as gripes e as constipações e todos os outros problemazinhos típicos desta estação do ano, assim como os 98% de humidade que se faz sentir enquanto escrevo isto! Tudo isto é típico desta altura do ano. Para quebrar estes casos, resta-nos alguns eventos que sempre vão dando um sabor à vida, como os concertos íntimos. Mas no que concerne a eventos de amplificação satisfatória a palidez é sempre a mesma e realmente não há muito o que fazer. Há dias li um artigo interessante da autoria do Miguel Aguiar, teclista dos Anomally, no blog Sound(/)Zone que falava sobre isto mesmo; a dificuldade das bandas açorianas e a falta de oportunidades sem ser no verão e nas grandes festividades da região, que também essas são quase todas na mesma estação. É um mal crónico que praticamente ninguém tenta combater, quando a cultura deve ser entendida como um todo e não só em algumas vertentes artísticas.
Temos que também ver o lado positivo de toda esta situação, pois esta é uma altura fértil para a composição, visto que os grupos fecham-se nas salas de ensaio e preparam a nova temporada, mesmo sabendo que só vão pisar palcos “meia dúzia” de vezes e que muitas vão ser as portas fechadas por variadas razões que por vezes nem se explicam a si próprias… É o preço a pagar por se estar num meio pequeno, ainda abafado por mentes retrógradas e pouco educadas e pela falta de incentivos direccionados ás culturas urbanas alternativas. A insularidade já nem pode ser tomada como uma desculpa aceitável de tão usada que já está! Mas se todos nós nos juntássemos para fazer alguma coisa, talvez o cenário fosse outro, pois os apoios param em muitas secretárias e por vezes nem chegam e, para quem já anda nisto há muitos anos sabe, não podemos ficar eternamente à espera deles. Não basta só falar, reclamar e lamentar. Há que tomar uma atitude e arriscar em algo.
Não sei se será o passo certo a tomar, mas sei que será o passo que vou tomar…

in jornal "A União", 15 de Novembro, 2006

Por outras terras - Strëam não param!

O single "Another Story" dos terceirenses Strëam continua a alcançar feitos notáveis pelo mundo fora. Depois de ter entrado para o Top 7 da Madd Radio, nos Estados Unidos, a banda terceirense vê agora o seu trabalho entrar para o 26º lugar do Worldwide Indie Top 40 Countdown, na Austrália, segundo a ILR - Australian Television And Radio.
Além disso, a banda terceirense vai agora ter promoção assegurada nos Estados Unidos da América, em virtude do recente contracto assinado com a editora Nova Iorquina Cutiepop Records Co..

4º Ciclo de Concertos Intímos


No próximo dia 24 Novembro de 2006 terá início o quarto ciclo de “Concertos Íntimos” no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo e Teatro Micaelense, que integra oito concertos acústicos com grandes nomes da música nacional e internacional. Trata-se de um projecto musical inédito em Portugal onde os músicos interpretam temas de sucesso da sua carreira em formato acústico.Lloyd Cole (24 e 25 de Novembro), Rita Guerra (08 e 09 de Dezembro de 2006 no Teatro Angrense e Teatro Ribeiragrandense), David Fonseca (26 e 27 de Janeiro de 2007), Vicente Amigo (02 e 03 de Fevereiro de 2007), Misia (16 e 16 de Março de 2007), Mafalda Arnauth (13 e 14 de Abril de 2007), Filarmónica Gil (18 e 19 de Maio de 2007) e Teresa Salgueiro (01 e 02 de Junho de 2007) são os nomes que fazem parte da programação do quarto ciclo de “Concertos Íntimos”, que terão lugar em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada.
O primeiro ciclo de “Concertos Íntimos” no Centro Cultural de Angra do Heroísmo decorreu entre Outubro de 2003 e Maio de 2004 com as participações de Rui Veloso, Luís Represas, Pólo Norte, João Pedro Pais, Jorge Palma, Ala dos Namorados, Delfins, Lúcia Moniz e ainda dos músicos açorianos José João Silva e Victor Castro. Em Setembro de 2004, foi editado no mercado nacional o disco “Concertos Íntimos no Centro Cultural de Angra do Heroísmo” que contém um tema de cada um dos dez concertos do primeiro ciclo. O segundo ciclo de “Concertos Íntimos” teve lugar no Centro Cultural de Angra do Heroísmo entre Outubro de 2004 e Maio de 2005, tendo decorrido também no Teatro Micaelense e contou com as participações de Madredeus, Mafalda Veiga, Maria João e Mário Laginha, Pedro Abrunhosa, Sara Tavares, António Chainho e Marta Dias, Paulo Gonzo e Fafá de Belém. O terceiro ciclo de “Concertos Íntimos” decorreu no Centro Cultural de Angra do Heroísmo entre Setembro de 2005 e Junho de 2006, tendo decorrido também no Teatro Micaelense e contou com as participações de Mariza, Rádio Macau, Paulo de Carvalho, Toranja, Anabela~aether, Sérgio Godinho, Zélia Duncan e Camané.

sábado, novembro 04, 2006

Tanto Jazz e eu sem tempo…

Texto - Miguel Linhares

Este mês de Outubro foi fecundo no que concerne a eventos de jazz na nossa região. Já assim o é há 8 anos. No inicio do mês temos em Angra do Heroísmo o maior e mais conceituado festival de jazz dos Açores, o AngraJazz e no final do mês o Festival de Jazz de Ponta Delgada que este ano também surpreendeu pela qualidade do seu cartaz. Sou um apreciador moderado de jazz e sempre que posso vou a estes concertos/festivais, mas desta vez não vi mesmo nada! Como não estou em Angra de momento, perdi o AngraJazz, o que me deixa uma pequena mágoa e quanto ao Festival de Jazz de Ponta Delgada, estive de serviço em todas as noites, pelo que não deu para ir um só dia. Pedi a um amigo de longa data para me fazer uma review, aqui para o Musicofilia, sobre o AngraJazz, mas este ano, pela primeira vez, ele não ia lá estar. Por isso nenhumas linhas sobre o evento podem aqui ser lidas. Acompanhei pela rádio – via Internet – partes do AngraJazz, dependendo da disponibilidade e o mesmo fiz com o Festival de Jazz de Ponta Delgada, que também acompanhei pela rádio, principalmente as fantásticas actuações de Jacinta e Jonathan Batiste Quartet.
Confesso que não sou um conhecedor profundo deste estilo musical muito complexo e variado, mas possuo algumas colecções de CD´s de artistas jazzisticos e gosto de ouvir jazz, aprendendo. Também confesso que sou um apreciador muito mais entusiasta de Blues e todo o tipo de Rock que esteja infimamente ligado com o Blues. Ainda assim, congratulo os impulsionadores destes projectos, tanto em Angra como em PDL. No caso de PDl, o Festival de Jazz enquadra-se perfeitamente com a movimentação cultural constante que esta cidade presencia, já no caso de Angra – e para minha tristeza – o AngraJazz é uma das poucas actividades que dá brio a esta “capital”. E pelo menos que se mantenha com vida e de saúde. Mas que se devia apostar mais na cultura e nas artes…desse pensamento ninguém me demove. E se a Angra não interessar, que seja na Praia! O que interessa é agitar esta ilha. Mas faça-se alguma coisa.
Parabéns aos dois festivais de Jazz da nossa região e longa vida!

in jornal "A União", 01 de Novembro, 2006