quarta-feira, setembro 27, 2006

A quem se sente ofendido…Ou irritado.

Texto - Miguel Linhares

Não é a primeira vez que falo sobre isto desde que comecei a escrever para este jornal. Mas acho que devo sublinhar novamente alguns pontos…
Não me canso de dizer que esta página contém opiniões pessoais – não podendo estas serem censuradas – e por artigos que apesar de serem o mais imparciais possíveis, não deixam de ter o ponto de vista de quem o escreve, neste caso, eu. Qualquer jornalista, profissional ou não, que relata algo que viu, é impossível não estar, em parte, a relatar o que achou. Posso estar a ver um concerto de Aerosmith e achar que tiveram uma brilhante prestação e escrever dizendo isso mesmo, mas outra pessoa estar lá presente, achar o contrário e escrever isso mesmo, havendo relatos e reportagens opostas. Está-se a escrever o que se viu, o que se achou e o que se sentiu. E isso, por vezes, difere de pessoa para pessoa. Aqui é exactamente isso que acontece. Por vezes relato algo que achei ser “x” e vem algum leitor dizer-me que achou “y”. E ainda bem que assim é, multiplicidade de ideias e opiniões precisa-se! Como teimo em dizer, que graça teria o mundo se fosse todo amarelo…?!
Também, sem perceber porquê, continuam a existir pessoas que se ofendem e discordam do que por vezes aqui digo. Isto não passa de uma página muito limitada, simples e que nem atinge uma quantidade de leitores muito extensa…não percebo o porquê de tanta irritação. Mas tenho direito à minha opinião e a relatar o que achei sobre algo, correcto? Ou deveria eu estar aqui só a dizer o que gostam de ouvir? Estarei eu aqui a trabalhar para banda “a”, ou para banda “b”? Não! E quando não gosto de algo, tenho que dizer isso mesmo, não posso passar a mão na cabecinha de todos e dizer que foi brilhante. Quem não concordar pode, simplesmente, deixar de ler o Musicofilia, ou então tomar uma atitude mais profunda e contrapor, utilizando, por exemplo, este mesmo jornal. É um direito que assiste todo e qualquer cidadão! O que não fica bem é falar por trás e a outras pessoas que não a visada. Cobardias, não por favor! Ganhem coragem e digam as coisas olhos nos olhos. Estou cá para ouvir e se de algum modo tiver ofendido alguém, desculpar-me-ei. Se é só um confronto saudável de ideias que querem, também estou disponível, adoro falar sobre música! E gosto de aprender. Mas mesquinhice é que não…vivemos numa ilha pequena em que a unidade na música devia ser um estandarte. E, além disso, por ser uma ilha pequena, acaba-se por saber tudo.

in jornal "A União", 27 de Setembro, 2006

sábado, setembro 23, 2006

Comunicado.

Esclarecimento público perante a comissão de festas do Imaculado Coração de Maria – Biscoitos, envolvendo o Festival Abismo 2006 e o grupo “Overload”.

O festival Abismo realizou-se nos passados dias 15, 16 e 17 de Setembro no parque de campismo dos Biscoitos, evento da responsabilidade da 9xRock=Açores e da Celeiro Produções e com os apoios da Câmara Municipal da Praia da Vitoria e da Junta de Freguesia dos Biscoitos, para além de outras entidades. Como este festival coincidia com as festas do Imaculado Coração de Maria e depois de algumas conversas com a comissão destas festas, foi estabelecido um acordo verbal de cooperação mútuo entre as duas festividades. Entre os vários pontos de colaboração, ficou estipulado que a organização da noite do domingo, dia 17, nas festas dos Biscoitos, ficaria a cargo da organização do festival.
Sendo assim, a partir das 21:15 haveria capoeira, ás 21:30 jogo do pau e ás 22:30 a actuação do conjunto Overload, conjunto este que já tinha actuado no festival. Convêm referenciar que por variadas razões, desde motivos pessoais dos artistas, problemas técnicos da responsabilidade da organização e condições climatéricas, muitas das actividades que se iriam realizar no palco secundário do festival Abismo foram canceladas. Para além desta ser uma primeira edição e muitos pontos terem que ser melhorados, existem factores impossíveis de contornar. No caso desta noite organizada por nós, festival Abismo, no palco das festas dos Biscoitos, falhou a actuação do conjunto Overload.
Embora indirectamente a responsabilidade tenha que nos ser imposta, a não comparência deste conjunto musical ultrapassou-nos por completo, pois tudo foi acordado antecipadamente. Inicialmente mostraram-se reticentes em participar, mas acabaram por aceitar, pelo que foi a banda por nós proposta á comissão de festas dos Biscoitos. Simplesmente não apareceram no dia do concerto e nem se dignaram a comunicar a sua desistência. Muitos esforços foram feitos para entrar em contacto com o grupo Overload durante aquela noite e mesmo durante a tarde do dia seguinte, para tentar perceber o porquê desta atitude muito infantil e pouco ética. Nada conseguimos! Apesar de não termos nenhuma responsabilidade sobre este conjunto, como foi algo por nós proposto, apresentamos o nosso pedido de desculpa público à comissão de festas do Imaculado Coração de Maria, lamentando o sucedido que, da melhor maneira possível, tentámos solucionar com a presença de três animadores que abandonaram o recinto do festival para irem “tapar o buraco”.
De nossa parte, condenamos veemente a posição tomada pelo conjunto Overload, que mesmo que tivesse razões fortes e consistentes para não actuarem naquele palco, deveriam ter comunicado antecipadamente que não iriam comparecer. É o mínimo que se pede, tendo em conta a boa educação e o bom senso. Passados três dias do sucedido, ainda não obtivemos nenhuma resposta por parte do conjunto, o que demonstra falta de carácter, responsabilidade e alguma infantilidade, talvez resultante da idade e inexperiência. Só podemos afirmar que o concerto que proporcionaram na noite do dia 16 no recinto do festival, no computo geral, foi muito bom, chamou muita gente ao palco, arrancou aplausos e demonstrou que continuando a trabalhar, poderão ser um grupo de rock a ter em conta. Neste capítulo estão de parabéns, mas avaliando a postura pessoal e humana, deixaram a desejar por esta atitude reprovável e pela lamentável falta de humildade.
Que isto sirva de exemplo a quem no futuro quiser trabalhar com o conjunto Overload. Da nossa parte e mais uma vez, as nossas desculpas á comissão de festas do Imaculado Coração de Maria e a todos os que lá estavam à espera deste concerto.

A organização do Festival Abismo 2006

Angrajazz - Bilheteira abre a 26 de Setembro

Fonte - www.auniao.com

Ao contrário do inicialmente divulgado, e em virtude do próximo dia 25 de Setembro, segunda-feira de S. Carlos, ser tolerância de ponto, a venda dos bilhetes para a oitava edição do ANGRAJAZZ terá início no dia 26 de Setembro, terça-feira.
A organização do evento musical informa que a bilheteira do Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo estará aberta para este fim todos os dias, de 26 de Setembro e 07 de Outubro, entre as 17H30 e as 21H30 horas.
O 8º Festival Internacional de Jazz de Angra do Heroísmo decorrerá entre os dias 04 e 07 de Outubro e contará com a presença da Orquestra AngraJazz (Açores), Joe Lovano Noneto (USA), Bruce Barth Trio com Vanessa Rubin e Carla Cook (USA), Enrico Pieranunzi Piano Solo (Italia), Enrico Rava Quinteto (Italia), Filipe Melo Trio (Portugal), Eddie Palmieri (USA), e o Afro Caribbean Jazz All Stars.
Mais informações e pormenores podem ser consultados no site oficial da organização, em www.angrajazz.com.

Uma nota sobre a Maratona de Rock de Ponta Delgada...

Não tive tempo para fazer uma review a este evento e, além disso, não assisti a todos os concertos pois, tanto na sexta-feira como no sábado, saí do serviço um pouco tarde e já não vi as bandas todas. Tive pena. De qualquer maneira tenho que deixar aqui uma pequena impressão que tive sobre o evento. A ideia é excelente e proporciona um fim-de-semana diferente e de muita e variada música, mas mais uma vez ficou patente a falta de qualidade acústica da sala do Coliseu Micaelense para eventos de rock e/ou metal. Infelizmente, porque a sala é muito boa, o espaço muito bem localizado, mas fica tudo muito confuso. Mas isso é o menos, pois não é nada que não se suporte e, apesar de não se presenciar espectáculos com um som nítido e perfeito, não é por aí que o gato vai ás filhoses. O formato do evento é que julgo que devia ser repensado. É tudo muito rápido, tanto o tempo de actuação das bandas, como a mudança de artistas que é feito num exagerado sufoco para que o horário se cumpra. Não há necessidade de fazer algo assim, quando se poderia – e só se necessário – reduzir o número de grupos e fazer algo mais pautado, em que os grupos possam fazer uma actuação pensada e minimamente agradável para quem vê. 15 minutos de actuação?! Isso é o tempo que um artista leva a aquecer em palco e a entrar no ritmo do espectáculo. A ideia é boa e deve repetir-se, mas este aspecto devia ser remodelado, pois parece mais uma corrida de 200 metros em vez de maratona... De resto, ficam todos de parabéns por mais esta iniciativa. È com coisas como esta que a música se vai mantendo viva na nossa região.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Outra opinião sobre o AngraRock...

Uma outra maneira de ver o festival AngraRock. Esta mais descomprometida e, em alguns aspectos, muito mais realista e directa que a minha. São maneiras diferentes de ver as coisas...Apreciem!
http://the-couch.blog.com/

quarta-feira, setembro 06, 2006

AngraRock ´06 convence - A Terceira aplaudiu

Texto - Miguel Linhares

Mais uma vez, Angra do Heroísmo recebeu o maior e mais importante festival de Rock dos Açores, um evento que começa a ganhar alguma respeitabilidade, mesmo fora da região. A sétima edição do AngraRock ofereceu aos vários milhares de pessoas que acorreram ao Bailão espectáculos de qualidade, em geral, embora mais uma vez o evento coincidisse com o Rali Ilha Lilás, algo que rouba, naturalmente, muitos visitantes. Desta vez e fugindo á triste realidade dos anos anteriores, não choveu, excepção feita a um breve aguaceiro na noite de sábado e mesmo no final dos concertos. Ainda assim, importa realçar um facto: porque é que os mais jovens não acorrem a este grande evento?! É incompreensível que algumas bandas venham tocar aos Açores e tenham que se deparar com centenas, ou poucos milhares de pessoas e, por vezes, são bandas de muita qualidade e reconhecimento. Qualidade, já se sabe, não é um factor preponderante para o sucesso de um concerto ou artista e aqui é que deverá residir o maior problema do nosso povo. O AngraRock, assim como outros eventos na nossa região, sofrem dessa ligeira letargia que quase todo o Português possui. Este ano o festival AngraRock poderá ter sido dos melhores ao nível de qualidade musical, aspecto perfeitamente visível mesmo nas bandas regionais que actuaram, provenientes do concurso realizado em Junho.
Na primeira noite entrou em palco os Anomally, banda que ficou na 4ª posição no concurso AngraRock, mas que substituiu os micaelenses The Bliss, que tinham sido 2º classificados, mas que por motivos pessoais não puderam participar. Nada ficaram a dever e deram um excelente concerto, dentro da sonoridade Trash/Death que tem vindo a habituar. O público reagiu bem á chamada dos Anomally que possuem bons executantes, embora a presença em palco pudesse ser mais enérgica, para o estilo musical que produzem. Nota positiva para a abertura deste festival. De seguida foi a vez dos já conhecidos Stream que, actualmente, fazem a promoção do seu CD single. As mudanças no conjunto foram radicais e, pelo menos por enquanto, não demonstram qualidade superior. O novo baterista encaixou-se na perfeição no conjunto, a segunda guitarra veio encher mais as composições, mas a nova vocalização deixa a desejar. Alem disso, nesta noite, o vocalista não foi feliz, pois foram vários os desafinos nos timbres mais agudos. As músicas novas estão diferentes, num Rock muito mais comercial, acessível e talvez não tanto explorado. Ouviam-se algumas críticas, umas menos próprias, outras mais pensadas, mas o que é certo é que o público está a dividir-se em relação a este conjunto. A fechar esta noite, foi a vez dos Ramp subirem ao palco. Independentemente de se gostar, ou não, deste género musical um pouco pesado, julgo ser indiscutível que se presenciou um dos melhores concertos na Terceira. Arriscaria dizer que foi superior ao dos Moonspell, há 3 anos atrás. Excelentes executantes, sintonia perfeita, muita energia, atitude em palco e a banda que movimentou mais o público neste festival, apesar de não ter sido o que tinha mais gente, como veremos mais á frente. Só ficou a vontade de se ter prolongado por mais algum tempo…
Na segunda noite os micaelenses A Different Mind, vencedores do concurso AngraRock deste ano, foram implacáveis. Mais uma vez demonstraram ser uma grande banda de Rock, muito coesa, experiente e com temas originais muito completos e orelhudos. Pecam por algum estatismo, mas conseguiram arrancar alguns aplausos. O público era muito reduzido, embora houvesse um pequeno grupo de micaelenses a apoiar o conjunto. Não cativaram muito os presentes, apesar de alguns apelos por parte da vocalista, mas categoria não lhes faltou e saíram de cabeça erguida! Os Pluto deverão ter sido a melhor surpresa deste festival. O conjunto portuense apresentou-se em máxima força e chamou imensas pessoas á frente do palco. A voz inconfundível de Manuel Cruz (ex-Ornatos Violeta), arrebatou completamente o festival AngraRock e os Pluto primaram pela inteligência e originalidade. A banda não comunicou muito com o público e tocou sempre num ambiente muito intimista, introspectivo, como se de um ensaio se tratasse. Agradaram a maioria. A fechar esta noite, os finlandeses Deep Insight, em Portugal mais conhecidos por figurarem numa das compilações de Morangos com Açúcar. Uma coisa é certa: o prémio presença em palco foi para eles! Impressionante a energia que possuem, até o baterista parecia que tocava em pé e nunca pararam por um instante. A sonoridade, embora muito simplista, vagueia pelo Pop/Rock/Emo, com alguns laivos de agressividade. Ganharam, indiscutivelmente, pela presença e atitude em palco e para com o público. Acabou por também surpreender.
No último dia deste festival as honras de abertura foram para os Othello, banda 3ª classificada do concurso deste ano. Exímios executantes musicais, agradaram pela técnica e boa disposição em palco. Apesar da vocalização ter tido algumas falhas, pouco há a apontar aos Othello que conseguiram cativar e arrancar muitos aplausos. Não dando muito nas vistas, foram sempre electrizantes e capazes. Uma banda para o futuro…
A segunda banda da noite seria os Expensive Soul, que tinham actuado há pouco tempo no festival Ponta Delgada. A prestação aqui foi idêntica. Hip-Hop simples, com boas percussões, mas liricamente muito fraco. A energia característica deste tipo de música contagiou grande parte do público, ou não fosse esse o género musical da moda. Sem nada que faça lembrar Rock, no mais simples entender desta palavra e género musical, não se percebe muito bem o que fazia esta banda no AngraRock…
A fechar a noite e o festival, os germânicos Liquido que eram, no fundo, os cabeça de cartaz deste festival. Apesar de só terem dois ou três temas conhecidos do público em geral, deram um bom concerto numa onda Rock/Punk da nova escola e bem executado. Tiveram a maior plateia dos três dias e o agrado parecia geral. Curioso foi, quase no final, anunciarem que iam tocar um tema de uma banda que tinham antes dos Liquido, tema este de 1992. A surpresa é que o tema era …Death Metal, cantado a rigor! Maior surpresa foi depois de a tocarem, perguntarem se tinham gostado e o público ter gritado “yes”. Ou seja, os Liquido podem berrar em cima de um palco, mas os grupos (principalmente os regionais) que o fazem, não passa de berros, gritaria e pouca música. Modas e influências. Ás vezes basta ter “nome” para ter um público na mão. O vocalista ainda ameaçou tocar um tema de Napalm Death (Suffer), mas acabou por não fazê-lo. No final, foi um bom espectáculo e este festival AngraRock, á vista desarmada, começa a ganhar notoriedade. Embora muitas arestas tenham que ser limadas, é bom saber que existe algo dedicado somente ao Rock na nossa região. Esperamos pela 8ª edição…
in jornal "A União" de 6 de Setembro, 2006

segunda-feira, setembro 04, 2006

II Maratona Rock Ponta Delgada - Programa Oficial

Dia 8 Setembro – Sexta-feira
21:00 – Workshop Guitarra: Paulo Barros (Tarantula)
22:00 – Início da Maratona
- Anjos Negros (Rock)
- Skilsaw (Punk Rock)
- Mother Foca (Funk Rock)
- Neurolag (Nu-Metal)
- Enuma Elish (Dark Rock)
- The Bliss (Rock Alternativo)
- In Peccatvm (Gothic Metal)
- Zymosis (Black Metal)
Dia 9 Setembro - Sábado
21:00 – Workshop Bateria: Hugo Danin (André Indiana)
22:00 – Início da Maratona
- Crossfaith (Metal Progressivo)
- Nableena (Death/Black/Doom Metal)
- Summoned Hell (Black Metal)
- Psy-Enemy (Metal)
- Spinal Trip (Metal)
- Reborn (Thrash/Death Metal)
- Stampkase (Metal)
- Trauma Prone (Metal)