sexta-feira, setembro 16, 2011

AngraRock morno e pouco temperado.

Texto - Miguel Linhares / Fotos - Catarina Vieira


No primeiro fim-de-semana de Setembro voltou ao Bailão o festival AngraRock, depois de um interregno forçado de um ano. Apesar de aparentemente voltar com um orçamento reduzido em relação a anos anteriores, a expectativa era de vir trazer algo de novo aos amantes do género.
Primeira alteração notória foi o facto de as entradas passarem a ser pagas, algo que obviamente deve ter preocupado a organização pelo relativo “comodismo” e pouca compreensão que os terceirenses mostram em relação a eventos pagos. Chamar-lhe-ia maus hábitos, pois eventos gratuitos não geram receitas, criam maior despesa, dificultam o pagamento de artistas de qualidade e desprestigiam – diria eu – o próprio evento e os artistas envolvidos. Uma coisa é ter o recinto cheio gratuitamente, outra, muito melhor, é ter o recinto meio cheio ou quase cheio com entradas pagas. Para o próprio artista é mais cómodo saber que quem lá está, pagou para o ver e não está lá “por acaso”.
Quanto ao cartaz, os artistas apresentados traziam pouco interesse a quem frequenta normalmente o evento, apesar de a produção afirmar que o conceito rock é muito vasto – e é – no entanto foi quase sempre mantido uma linha nos diversos cartazes dos últimos 10 anos que respeitava uma linha rockeira mais tradicional/alternativa, menos indie, menos pop e menos electrónica, excepção feita claro aos domingos do AngraRock que eram feitos para encher recinto, normalmente numa linha sempre mais pop/comercial.
O resultado de um cartaz com Caim, Noidz, GNR e Punkada! – para além do DJ (!) Bodyrox e de Poeta Urbano & DJ Silverstar – foi um festival muito morno em que o que acabou por ser mais interessante foi mesmo a irreverência e o excelente espectáculo visual e gráfico dos Noidz. Para lá de tudo isto fica a excelente prestação dos três primeiros classificados do concurso AngraRock, Eyes for the Blind (vencedores), Crossfaith e Nomdella. Embora qualquer um destes três com prestações boas, o destaque talvez tenha que ir para os Crossfaith a nível de execução, os Eyes for the Blind a nível de musicalidade (mas a necessitar de mais ensaio no campo rítmico) e presença em palco e para os Nomdella em presença em palco e cumplicidade com o público.
Quanto aos principais artistas, fica patente – como já referi – a irreverência dos Noidz, com um espectáculo muito visual, enérgico, de riffs poderosos e batidas frenéticas (de entre alguns temas surpreendentes, fica uma cover muito interessante de Madredeus…) e o recurso abundante, mas necessário neste tipo de projecto, a sons gerados por sintetizador.
Os madeirenses Caim apresentaram um som funk/rock por vezes cativante, com vocalizações bem conseguidas e alguns temas orelhudos, já os faialenses Punkada! que já são repetentes nos palcos terceirenses e apesar de um concerto muito poderoso e directo, não trouxeram nada de novo por ser um repertório de covers e versões de Rammstein.
Quanto aos GNR, também estes repetentes nos palcos terceirenses, vieram oferecer um repertório de muitos sucessos e hits de rádio, mais ou menos bem conseguidos, estando o público um pouco indiferente à sua actuação, talvez – digo eu – pelo subjectivo sentido de humor do seu líder e, quem sabe, pela sua boa disposição suspeita, com direito a tropeções e bamboleamentos… Boa nota, como quase sempre, vai para a banda que infelizmente não tem o carisma do seu líder.
Para finalizar, um recinto sempre mais para o meio vazio, do que para o meio cheio, esteticamente sem qualquer tipo de produção, segurança eficaz e atenta e uma qualidade sonora aceitável. O tempo ajudou e esteve do lado da organização.
Apesar de alguns meios de comunicação social afirmarem o contrário, este não foi de todo um AngraRock a relembrar e deixa saudades de outras grandes noites no recinto do Bailão, embora tenha que ser tido em conta o limite orçamental da produção. Para estes, pelo esforço e pela coragem de colocar mais uma edição em pé, fica os parabéns.
Em 2012 que voltem, com melhor orçamento se possível, e com uma estrutura repensada e redesenhada, mais atractiva e dinâmica. Mas esta é a minha opinião, vale o que vale, assim como as outras… 

in jornal "A União" - 16 de Setembro de 2011

quarta-feira, setembro 14, 2011

Live Summer Fest 11

Nos próximos dias 23 e 24 de Setembro realiza-se no Coliseu Micaelense a 4º Edição do festival “Live Summer Fest”.
A edição de 2011 apresenta um grande cartaz com dois dias, sendo as bandas cabeças de cartaz os portuenses Tarantula no dia 23 e os canadianos Threat Signal no dia 24 de Setembro.
O festival conta ainda com os micaelenses Crossfaith, Nableena, Death Paradox e Neurolag e os terceirences Anomally e Nomdella. A apresentação e “After party” estarão a cargo de Filipe Marta MJ “Imperatore”.
Os bilhetes encontram-se à venda na bilheteira do Coliseu Micaelense com o valor de 3€ por dia, ou 5€ para os dois dias. A bilheteira está aberta de Segunda a Sábado das 13h às 20h.

Concerto Fim de Férias

Nos próximos dias 16 e 17 Setembro acontece no Porto das Pipas o evento Concerto Fim de Férias, uma organização da Culturangra EEM
Sendo assim, a 16 de Setembro actuam os Eyes For the Blind (vencedores AngraRock 11), Jamandizen (vencedores AngraRock 09) e Poeta Urbano & DJ Silver Star.
No dia 17 de Setembro será a vez dos Anomally, Faz de Conta e RAM. Em qualquer um dos dias o início dos espectáculos está marcado para as 22:30.

Festas de São Carlos 11 - Noite Rock

Integrado nas festas de S. Carlos 2011, ocorrerá a noite rock, no palco da Canada Nova, no próximo dia 23 de Setembro com a presença dos Manifesto e dos faialenses Punkada.
O inicio está marcado para as 21:30.