quinta-feira, dezembro 23, 2010

Apresentação Gaia EP - Resposta Simples


Será pelas 15:00 do próximo domingo, que plenos de espírito natalício os Resposta Simples irão apresentar o seu EP Gaia na Academia de Juventude da Ilha Terceira, estando a abertura do espectáculo a cargo dos  também angrenses System Failure. 
Gaia, o novo disco do trio açoriano, é o primeiro vinil Punk Hardcore a ser editado nos Açores, da primeira e única banda de Punk Hardcore do arquipélago.
O EP é resultado de uma mistura energética, inspirada pelas raízes do Punk, Hardcore e Crust Português da velha escola, com um toque de Música do Mundo, assim afirma o conjunto em nota de imprensa.
"Música sem barreiras, mas com consciência. Gaia aborda uma tomada de consciência ambiental, nestes tempos de encruzilhada moral.", rematam.
A edição é limitada a 400 exemplares, estando a edição a cargo de uma coligação transatlântica - Anoise Records, Infected Records DIY, Juicy Records, M.C.S. Records e Selfish Satan Records – e conta com apoios do Governo Regional dos Açores entre outras entidades autárquicas e culturais da região.
A entrada custa 2,50 respostas, ou 5,00 respostas com direito a oferta de vinil.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

MUSICOFILIA DE REGRESSO!

Olá a todos.
Antes de mais, muito obrigado a todos os quantos vão passando por este espaço, algo que constatei ao acompanhar as estatísticas do blog. Já se completaram dois anos desde que parei de escrever, tendo feito somente uma review das Sanjoaninas 2010 e é bom saber que vão passando por aqui para ver se há novidades. Pois bem, a partir de agora haverá!
E quem me convenceu foi o meu camarada, agora regressado dos "States", Freddy. E será ele quem irá executar e gerir o site do Musicofilia. Sim, o blog vai desaparecer e dará lugar a um site, o que tornará este trabalho mais intuitivo, isto durante o próximo mês.
Outra novidade é que não vou fazê-lo sozinho, tal como há dois anos quando fiz um interregno continuo com pouco tempo para escrever e acompanhar a música com a dignidade que o assunto merece, logo, convidei alguns amigos para colaborarem. Desde já posso informar que o Musicofilia conta com a ajuda e os conhecimentos do Miguel Aguiar, do Lino e do Paulo Lemos. Desde já o meu obrigado a eles por aceitarem o desafio. Tenho intenção de convidar mais uma ou duas pessoas, mas tudo a seu tempo.
Peço que sejam pacientes com o conteúdo deste blog, pois realmente está muito desactualizado e tentarei rever alguns pontos importantes, como é a agenda, por exemplo, de modo a que não pareça tão 2008...
Entretanto vamo-nos vendo por aqui ou em qualquer um concerto...
Até já.

segunda-feira, julho 05, 2010

Mariza e James coroam Sanjoaninas 2010

Texto - Miguel Linhares


Já não escrevia aqui desde 2 de Julho de 2008, há dois anos. Deixei de o fazer por necessitar de algum descanso e por motivos pessoais e profissionais. No entanto o bichinho fica sempre cá dentro e por vezes temos mesmo que retomar.
Devo confessar que desta vez nem foi bem por essa razão, mas sim pelo facto de ter visto uma pobre e modesta cobertura jornalística dos eventos musicais das Sanjoaninas 2010, em qualquer meio de comunicação social e/ou na blogosfera. Mas a realidade é que neste país e nesta terra o futebol reina e a sociedade em geral não é culturalmente activa e, por isso mesmo, não somos a Finlândia ou a Suécia.
Como tenho direito a também expressar as minhas opiniões e a relatar o que vi e ouvi – e faço-o há mais de 7 anos neste e em outros meios - é que decidi trazer de novo este espaço à vossa companhia, ou não ocupasse a música uma grande parte da minha vida.
No início das festas esta não era a minha intenção e daí não ter acompanhado todos os espectáculos ao pormenor. Também, como adquiri a pulseira que deu acesso a todos os espectáculos no Bailão, acabei por não estar presente em outros palcos que, pelo que me disseram, tiveram concertos fantásticos, como é o caso do Pátio da Alfândega.
Embora tenha iniciado esta página em jeito de crónica, falarei dos espectáculos com a maior imparcialidade e justeza possível. Até porque embora ouça e admire imensos géneros musicais, tenho as minhas preferências e dentro destas não havia nenhum artista no palco principal das festas, excepção feita talvez aos Goma, logo, mais imparcial é impossível.
Devido ao reduzido espaço aqui disponível terei que sintetizar e poupar nos caracteres. Vamos então por dias:


DIA 19 – FLÁVIO CRISTÓVAM & JAMANDIZEN

Este artista angrense foi vencedor do concurso AngraRock 2009 e do Vodafone Ones to Watch – área Pop – que premeia os melhores novos artistas da comunidade MySpace e tem vindo a desenvolver uma carreira muito interessante captando novas sonoridades um pouco alheias ao público açoriano mais jovem. Acompanhado pelos Jamandizen – Raul Cardoso, João Mendes e Timmy Lima – e por não mais do que duas centenas de pessoas no público, este artista demonstrou grande argúcia na composição dos seus temas, habilidade vocal e capacidade de interpretação ao vivo. Destaque para o tema “The closing doors” que já roda há algum tempo em algumas rádios regionais e para duas covers muito próprias de Xutos e Pontapés e Ornatos Violeta.
O espectáculo durou pouco mais de uma hora e pecou pela pouca afluência de público só explicada pelo facto de os espectáculos dos artistas locais também serem pagos e a dez euros (?!).


DIA 20 – MARIZA

Não podia ser melhor. Estamos a falar da (talvez) melhor artista nacional da actualidade e um dos poucos nomes nacionais que espalha a língua e cultura portuguesa de Los Angeles a Tókio. Sendo já um marco na world music mundial, Mariza captava atenções para o espectáculo em Angra e durante pouco mais de duas horas deu, se não o melhor, pelo menos um dos melhores espectáculos no Bailão. De entre os imensos temas do repertório da artista, “Rosa branca” e o arrepiante “Gente da minha terra” acabaram por captar os maiores aplausos, para além de no final ter interpretado, surpreendentemente, o tema “Come as you are” dos Nirvana. Soberbo.
Acompanhada por músicos de excelência, com destaque para Vicky, que é somente um dos nomes maiores em Portugal da percussão, Mariza primou por uma atitude muito positiva, enérgica e extremamente interactiva com o público que não enchia por completo o Bailão. Cantou em crioulo, cantou temas de Amália Rodrigues e Rui Veloso e falou do seu percurso. Embora seja o espectáculo indicado para um recinto coberto, Mariza acabou por provar a sua polivalência – tal como já o tinha feito no Rock in Rio – e deixou uma certa “saudade”, ou não fosse o fado primariamente isso mesmo!


DIA 21 – RUI VELOSO

É um dos mais conceituados artistas portugueses e vem da velha escola do rock e do blues, completando este ano 30 anos de carreira. Serão muitos os grandes temas do artista para aqui enumerar, no entanto ninguém ficou impune á mestria do artista que dedicou parte do espectáculo aos temas acústicos e às baladas, acabando obviamente por passar pelo rock e pelo blues e oferecendo todos os seus grandes êxitos ao público angrense que, mais uma vez, ocupava o Bailão por metade.
Secção rítmica determinante com destaque para o baixista Zé Nabo, figura grande do rock nacional, decoração intimista e bem conseguida e uma voz que continua quente, segura e com sotaque do norte. Excelente momento das Sanjoaninas 2010.


DIA 22 – JOEL MOURA / GOMA

Tendo sido esta uma das noites menos concorridas pelo público ao recinto do Bailão, as luzes acenderam-se ao som do veterano Joel Moura, acompanhado pela sua banda composta por Kit, Paulo Cunha e Tiago Lima. Som muito característico, inspirado algures na primeira metade dos anos oitenta, este continua a ser um dos artistas mais originais da música açoriana. E não há meio-termo: ou adora-se ou odeia-se. “Rapariga de hollywood” já arrisca ser um dos hinos dos concertos de Joel Moura, artista sempre muito fiel à sua ideologia e à sua percepção de música. Nota positiva também para a componente visual que acompanha todo o concerto.
Os Goma já subiram ao palco do Bailão sagrados vencedores do concurso AngraRock 2010. Nos três anos da sua existência, os Goma já mostraram ser um dos melhores e mais coesos projectos açorianos, tendo mesmo já tocado em variados eventos em várias ilhas. Com uma fileira de músicos muito experimentados e maduros, os Goma tem uma sonoridade de agradável audição, primando a muito boa composição lírica em português, interpretada por uma voz que nos faz lembrar… Sobredotados. Tiveram aqui uma das melhores prestações ao vivo e foram – apesar de santos da casa não fazerem milagres – um dos melhores espectáculos das Sanjoaninas 2010. Tal como Flávio Cristóvam & Jamandizen, sofreram pelo facto do espectáculo ter um custo de dez euros, valor um pouco elevado para artistas locais, apesar da inegável qualidade dos mesmos…


Dia 24 – D´ZRT

Angélico, Edmundo, Vintém e Cifrão já se consagraram como ídolos dos adolescentes portugueses e depois de um breve interregno na carreira voltaram à carga pelos palcos do país. Uma autêntica máquina de fazer dinheiro, somam mais de dez platinas no conjunto dos três álbuns de estúdio. No entanto a noite em Angra foi um pouco fria e sem a receptividade de outros tempos. Os adolescentes não eram muitos, no entanto gritavam imenso. Os temas “Feeling” e “Para mim tanto faz”, dois dos singles mais conhecidos do conjunto, acabaram por ser os pontos altos do concerto com direito a encore, a muita dança, a um excesso de protagonismo de Angélico, aos mortais de Cifrão (um deles não conseguido…) e a uma irreverência geral já habitual. Referência mais que positiva para a secção rítmica baixo/bateria, de grande qualidade e com a predominância do baixista brasileiro a viver em Portugal, Ciro Cruz.


DIA 25 – FLOW 212

Esta recente dupla do Hip-hop nacional deu “um salto” na carreira pela altura do lançamento do primeiro single e videoclip “Tá hot” em que figura a conhecida Rita Pereira. Vagueiam facilmente pelo reggaeton, kuduro e kizomba, mostrando uma variedade de influências. No entanto demonstraram imensa fragilidade em palco, alguma imaturidade musical e pouca cumplicidade, para além do facto de terem um repertório curtíssimo. Actuaram 35 minutos e voltaram para repetir – durante outros tantos 35 minutos – alguns dos temas que já tinham cantado e para uma justaposição de alguns temas conhecidos da house e do hip-hop mundial (o que, como já devem ter adivinhado, passou por Black Eye Peas, como quase tudo actualmente…). E sobre eles está tudo dito.
Com eles cantou uma música o DJ Ângelo Rodrigues (actor de variadas séries, com destaque para Morangos com Açúcar) que entrou em cena ainda durante a actuação dos Flow 212 fazendo não de DJ, mas de MD (mete discos) e MC. Não fosse o repertório vastamente conhecido que escolheu (Black Eye Peas – claro – e David Guetta, por exemplo) e esta noite seria para esquecer, no entanto as pessoas só queriam era dançar. Transições e mixs neste artista têm um conceito diferente.
O termo certo para um deejay que fala ou canta por cima das músicas gravadas – o que ele estava a tentar fazer - é um selector, algo que Ângelo Rodrigues não tem a mínima noção como se faz. Por ser sexta-feira esta foi das noites com mais público no recinto, dançando até de madrugada.


DIA 26 – JAMES

Eram os mais desejados no palco do Bailão. A mítica banda de Manchester teve nos anos noventa a sua época de ouro, criando hinos da pop mundial e enchendo estádios em quase todos os continentes. Depois do regresso em 2008, os James tem actuado por toda a Europa e Estados Unidos promovendo o último curta duração “The night before”.
11 horas em ponto e lá estavam eles arrancando com um repertório recheado de sucessos como “Born of frustration”, “Sometimes” ou “Say something”. Muitos dos temas tocados saíram dos álbuns “Seven” e “Laid”, de 1992 e 1993, respectivamente, os dois álbuns mais bem sucedidos em vendas do colectivo britânico que, curiosamente, nunca conseguiu atingir o nº 1 da tabela de vendas. O Bailão estava quase cheio, aplaudiu e saltou efusivamente com uma banda que se entregou claramente à energia e carinho do público, convidando algumas pessoas a subirem ao palco (e outras convidando-se!) quase no final. Pode-se afirmar que – a par de Paradise Lost e Scorpions – foi dos espectáculos mais profissionais que se presenciou na Terceira.
Apesar da idade já avançada dos membros da banda, a qualidade técnica, a musicalidade e a cumplicidade foram evidentes. Nota mais que positiva para a excelente capacidade vocal que Tim Booth ainda preserva, chegando por vezes – no mínimo - a duas oitavas e sustendo por largos segundos sem vacilar. É assim que se fazem grandes concertos.


DJ´s

Nada a dizer, pois não os houve. Houve animadores. Para além do comentário já feito ao Ângelo Rodrigues, pouco mais há a dizer, embora os parabéns nesta vertente tenham que ir para Albano que, principalmente no sábado, dia 26, fez a animação pós concerto na perfeição passando por sons mais dançantes, pelo rock e pelo pop. Aposta muito fraca nos DJ´s, daí talvez a presença muito reduzida de jovens /adolescentes no recinto que, maioritariamente, gostam destas sonoridades e não de bandas mainstream.


NOTAS FINAIS / OPINIÃO

- Para o primeiro ano com espectáculos pagos nas Sanjoaninas julgo que o balanço deverá ser positivo, embora só a organização possa nos revelar os números e os valores depois de efectuado o relatório. Estou completamente de acordo com esta nova face das Sanjoaninas que só peca por vir tarde.
Só assim se garante bons espectáculos e artistas de nome internacional nestas festividades – sem que haja balanço final negativo, ou pelo menos que haja algum retorno – embora o preço de acesso ao recinto seja exagerado para o ano zero, mais ainda se comparado com as outras grandes festas da nossa ilha que já o fazem há seis anos, com preços mais baixos e com um cartaz muito mais completo, com uma oferta imensa e de maior qualidade de música electrónica, todos os dias que é o que realmente mantém o recinto cheio até de manhã, que vende pulseiras e dá lucro aos bares.
No entanto julgo que o caminho é este e apesar da polémica – normal nestas situações – o povo terceirense vai-se habituar a pagar como acontece em todo o lado.

- Preço elevadíssimo para a pulseira única nos dias dos artistas locais. Dez euros é muito caro, só lá vai quem tem o passe dos oito dias, os amigos e os familiares. Estes espectáculos têm que ter um preço simbólico, senão mesmo gratuito. Isto não ajuda em nada os artistas da casa!

- Noite de S. João excelente no Bailão, muito morna na rua de S. João…

- Boa nota para o PA, sistema luminoso e para a qualidade do som em todos os espectáculos.

- Boa coordenação da segurança no recinto, embora a sua vedação necessite ser repensada e melhorada. Muita gente a ver o espectáculo à borla e a tentar saltar.

- Coloco a questão: Diz-se Box Music, ou Music Box? É porque a mim só um me parece estar correcto e foi o que ouvi e li menos vezes…

in jornal "A União", 5 de Julho, 2010

quarta-feira, junho 23, 2010

Acho que para a semana vou escrever aqui...

Depois da minha última publicação - a 28 de Dezembro de 2008 - acho que vou deixar algumas linhas aqui neste vosso espaço que, teimosamente, continua a ter visitas, facto para o qual desde já agradeço.

É que estas Sanjoaninas tem tido muitos acontecimentos bons a nível musical, mas também tem sido um ano de polémicas e, sinceramente, depois de ler as (poucas) reportagens dos jornais locais só me apetece gritar!

Que falta de argúcia..., pela vossa saúde.

Ainda vou pensar durante o resto das festas, mas sim, acho que o Musicofilia vai voltar...