terça-feira, abril 25, 2006

Festival "Coliseu Anima Rock" - O Metal falou mais alto...

Texto – Miguel Linhares / Fotos - Rui Melo (Metalicidio)

Aguardava-se com alguma expectativa este festival na cidade de Ponta Delgada e foi um fim-de-semana em cheio para os fãs das sonoridades mais pesadas. O evento no Coliseu Micaelense foi repartido por dois dias, sendo que na sexta-feira comemorava-se o 10º aniversário do grupo de Rock local, Hiffen e no sábado comemorava-se o 3º aniversário da “fanzine” local Sound(/)Zone. O espaço já é conhecido de todos os micaelenses e não é a primeira vez que abre portas a sonoridades deste género, embora seja sempre difícil encher uma casa com aquelas dimensões para um público minoritário, como é o que aprecia este género musical. Mais uma vez ficou patente a falta de capacidade acústica desta sala para eventos de Rock e/ou Metal. O equilíbrio tonal nesta sala é quase inexistente, principalmente nas baixas frequências, ou seja nos graves, que no fundo é o que mais influência o resultado final. Algo para os entendidos na matéria explicarem melhor e qual a razão de assim o ser.


Crossfaith
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Os Crossfaith foram a primeira banda a pisar o palco na noite de sexta-feira e demonstraram, assim como de outras vezes, muita qualidade. Praticam um som “progressivo” interessante, o que pôde ser constatado nos seis/sete temas apresentados. A melhorar, talvez só as vocalizações que são o ponto mais fraco deste conjunto. Pelo meio do concerto, uma instrumental com muitas influências Disco, mas que acabou por resultar pela originalidade. No seguimento destes, subiram ao palco os aniversariantes da noite, os Hiffen, grupo micaelense que celebrou o seu 10º aniversário e mais uma vez convenceu em larga escala nas suas qualidades técnicas. Nada a apontar na qualidade dos seus executantes, mas talvez falte um bocado de alma neste conjunto que em palco demonstra pouca energia.


Hiffen comemoraram o seu 10º aniversário
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Ainda assim, os vencedores do concurso AngraRock 2003 cativaram alguns presentes que já conheciam e cantaram alguns temas, facto compreensível, visto o conjunto ter lançado recentemente o seu primeiro “longa duração” – Crashing – que ainda se encontra em fase de promoção. Agora só com uma vocalista, os Hiffen proporcionaram uma hora de música muito bem executada, ora calma, ora com rasgos de agressividade q.b., mas sempre com o cunho que já lhes é conhecido. Parabéns aos Hiffen. Os lisboetas Urban Tales fecharam esta primeira noite do festival, trazendo sonoridades mais influenciadas pelo Gótico e pelo Heavy.


Urban Tales com uma actuação curta...
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Tiveram uma actuação muito agradável, mas pouco mais pode-se dizer deste conjunto que actuou somente meia hora… talvez a actuação mais curta da noite! Deixaram uma boa impressão no pouco público que ao fim da noite ainda estava no coliseu, alias, esta foi uma noite que não deverá ter tido mais que 200 pessoas no Coliseu.
Na segunda noite, no sábado, isto foi um pouco diferente e pode-se dizer que passaram pelo Coliseu mais do dobro das pessoas que lá acorreram no primeiro dia. Houve alturas em que a plateia estava praticamente cheia, conferindo mais alguma beleza á festa. Os Trauma Prone foram o conjunto a iniciar a contenta no sábado e a fazerem também a sua estreia ao vivo. Grupo de músicos muito conhecidos no meio micaelense, na área do Metal, que durante meia hora mostraram toda a sua capacidade em sons demolidores, muito orelhudos e pesados, com a colaboração em dois temas de um dos vocalistas dos Stampkase.


Trauma Prone - uma estreia em grande!
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Demonstraram muita atitude em palco, ensaio e muito gosto naquilo que fazem, deixando em aberto boas perspectivas para o seu futuro. De seguida e na mesma onda musical do anterior conjunto, actuaram os Stampkase, vencedores do concurso AngraRock 2005 e banda que tem vindo a mostrar uma enorme evolução. Tiveram no público um forte aliado e proporcionaram quase uma hora de “destruição” massiva e sem retorno. Muito embebidos em contratempos, conseguem criar o lógico efeito surpresa no público, ainda assim sem entrar em grandes linhas melódicas ou solos por parte de nenhum instrumento.


Stampkase confirmam a boa forma.
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A presença em palco, como sempre, foi fantástica. Os aplausos foram dos mais ouvidos neste festival, mas não tantos como os que ouviriam a banda que se lhes seguia, os lisboetas The Temple, de longe a banda mais experimentada neste festival! Na sua maioria, foram apresentados temas do seu último trabalho “Diesel Dog Sound”, mas passando também por temas mais antigos do seu primeiro disco “The Angel, The Demon & The Machine”.


The Temple, o melhor das duas noites!
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Concerto irrepreensível, com muita atitude, experiência e técnica. Acabaram o espectáculo com o seu tema mais conhecido “Milionaire” e a pedido do publico voltaram para finalizarem em grande com mais dois temas, um dos quais uma versão superiormente conseguida do tema “Budapeste” dos Mão Morta. Foi o culminar de um festival que se mostrou uma boa aposta no género musical e nos jovens seguidores do mesmo, mas que, como sempre, pecou pela fraca afluência de publico, um mal agregado aos eventos de Rock (maioritariamente com projectos locais no cartaz) organizados nos Açores. Por falta de iniciativas não será de certeza! Parabéns a todos os intervenientes, organizadores, aos Hiffen pelo seu 10º aniversário e á Sound(/)Zone pelo seu 3º aniversário. Que o espírito perdure.

in "Jornal dos Açores" de 26 de Abril de 2006 e jornal "A União" de 27 de Abril de 2006
também disponivel em www.soundzone.blogspot.com

quinta-feira, abril 20, 2006

Festival "Coliseu Anima Rock"


Cartaz
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Festival "Coliseu ANIMA Rock"

21 Abril (Noite comemorativa dos 10 anos dos Hiffen)
22h - Crossfaith (Ponta Delgada)
23h - Hiffen (Ponta Delgada)
24h - Urban Tales (Lisboa)

22 Abril (Noite comemorativa dos 3 anos da SounD(/)ZonE)

22h - Trauma Prone
23h - Stampkase
24h - The Temple
Bilhetes já à venda no Coliseu Micaelense a 3€ das 13h às 20h (Seg. a Sáb.). No próprio dia, bilhetes a 4€.

Confirma-se qualidade - Anomally convencem

Texto e fotos - Miguel Linhares



Ze, Nelson e Miguel
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No passado sábado realizou-se mais uma noite de boa musica na Fanfarra Operária, em Angra do Heroísmo. O espaço, da há uns anos para cá, tem vindo a abrir as portas aos jovens e tem vindo a apostar na qualidade dos mesmos, numa área musical que não era muito habitual naquela casa, o Rock e o Metal.


Lote
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Desta vez foram os Anomally que se estrearam na “velhinha” Fanfarra, um grupo de jovens terceirenses, alguns já com muita experiência de palco, outros a darem os primeiros passos nesta vertente. Nelson na voz, Lote na guitarra e voz, Tiago na guitarra, Miguel nos sintetizadores, Miguel Ângelo no baixo e Zé na bateria trouxeram quase uma hora de um Metal muito bem conseguido, muito influenciado pelo Trash e a roçar levemente o Gothic/Doom, na onda de Paradise Lost na sua fase inicial.


Nelson e Ze
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Até porque apresentaram duas "covers", sendo uma de Paradise Lost, embora de um dos álbuns mais recentes, “Say Just Words” do One Second. A outra versão foi de “We Will Rise” dos Arch Enemy, qualquer uma das duas muito bem conseguidas! Á parte disso, desfilaram em primeira-mão oito temas originais a variarem entre duas guitarras bem coordenadas, com algumas linhas melódicas, mas sempre pesadas e coesas. Isto foi complementado por uma não menos agradável prestação rítmica tanto a nível de baixo como de bateria, bateria aliás, que teve no seu músico uma das pessoas mais activas e visíveis em palco!


A segunda voz encaixou na perfeição
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As vozes também se fundiram muito bem, ora pela agressividade do “frontman” ora pela melodia do guitarrista e por vezes de alguns refrões também estes melódicos, do principal vocalista. Tudo isto foi agradavelmente preenchido pelo excelente trabalho dos sintetizadores.


Miguel nos sintetizadores
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No fundo e tendo em conta que a acústica da sala não é das melhores e este era o concerto de estreia, pode-se dizer que este foi um excelente pontapé de saída para a apresentação dos Anomally que praticam um som não muito habitual actualmente na ilha Terceira, mas muito bem aceite como se viu através de uma sala com muita gente. Provavelmente inicia-se agora uma vontade enorme de pisar um palco grande e com mais condições, quem sabe se o AngraRock poderá ser o próximo passo?!


O conjunto mostrou unidade
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Ficamos à espera de novidades sobre os Anomally, com a certeza que capacidades não lhes faltam. Este espectáculo teve, como já se disse, o apoio da Fanfarra Operária Gago Coutinho e Sacadura Cabral e da produtora “9xRock=Açores”.

in jornal "A União" de 19 de Abril de 2006

NOTA: Tomei conhecimento do facto de na edição de 19 de Abril do jornal "A União", onde estes artigos são publicados, só ter saido uma foto do conjunto "Anomally", pelo que peço desculpa aos mesmos da superficialidade do artigo. Era suposto sairem pelo menos três destas que aqui estão expostas no blog...

terça-feira, abril 11, 2006

Concerto de estreia - Anomally

Texto - Miguel Linhares


Cartaz
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Os Anomally são um novo projecto de death/thrash com algumas influências góticas e existente desde Janeiro de 2005. A banda formada por Nelson na voz (ex-Lithium), Tiago na guitarra, Lote na guitarra e voz (ex-Absinto, ex-Next), Miguel nos sintetizadores e Zé Pires na bateria (ex-God’s Sin, ex-4Saken), consta até agora das suas actividades com uma demo de três temas, gravada apenas para fins promocionais. A banda prepara-se agora para se apresentar pela primeira vez ao vivo, num concerto que decorrerá na Fanfarra Operário Gago Coutinho e Sacadura Cabral (atrás do tribunal de Angra do Heroísmo) no próximo dia 15 de Abril a partir das 22h00, com o apoio da “9xRock=Açores”. Para além disso, haverá animação com o DJ Darkness.

www.anomally.com