quinta-feira, setembro 22, 2005

Crónica sobre…

Música, o que me agita a alma, os sentidos, os pensamentos, a imaginação, a raiva e raramente o amor. Não gosto de músicas muito melosas, letras feitas em quadras previsíveis e cheias de rosinhas e outras florzinhas! Por isso um dos poucos géneros musicais que não aprecio é a música popular. A música popular, vulgo “pimba”, normalmente não fala de outra coisa que não seja amor, romance, trocadilhos sexuais, sexo, mulheres e outros devaneios. Não contém uma mensagem sóbria, inteligente. Ainda existem aqueles, tipo Roberto Leal, que só falam das suas complicadas paixões entre dois países (um que tem sucesso, outro que ninguém o conhece e em jeito de resposta aos Porquinhos da Ilda, por isso é que ele voltou para Portugal…), e sobre Deus e tudo o que está ligado ao todo poderoso, o que também irrita, não por ser o assunto que é, mas por ser sempre o mesmo assunto.
Reparo muito nas letras de uma música, aliás acho que é o que mais tenho em atenção, porque um grupo poderá ter nas suas fileiras músicos de nota 20, e o vocalista ser um ás na sua posição, mas se não houver conteúdo lírico, se não houver uma mensagem proveitosa ao ouvinte, então este não conseguirá absorver 100% do seu som. Vai gostar do que ouve, mas nunca do que lhe transmitem. Um pouco do género dos Rammstein, não são grandes músicos, mas tem uma sonoridade contagiante, muito pesada e que mexe com qualquer amante de Heavy, mas digam-me o que é que ele está a dizer?! A não ser que tenham tido aulas de alemão no liceu, ou algo do género, só mesmo os alemães é que poderão gostar daquilo em pleno. Ou então do género dos Delfins, que tem um vocalista que não sabe cantar e, pecado o dele, também não sabe escrever. Depois sai aquilo… mas também existe o oposto disto. Bandas que tem mensagens boas, poderosas, bem redigidas, mas que não conseguimos perceber nada do que o vocalista está a “berrar”. Aqui com um folheto de CD à nossa frente ou com o conteúdo decorado, poderá tornar-se fácil acompanhar os berros. De uma maneira ou de outra não vou muito naquela onda do Toy que faz música de mulheres, para mulheres, a falar de mulheres e claro, de amor, sentimento que já desinspirou tantos artistas neste mundo…

in jornal "A União" de 21 de Setembro de 2005

terça-feira, setembro 20, 2005

Enuma Elish na I Maratona Rock de Ponta Delgada


Bira Posted by Picasa


A I Maratona de Rock da cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, aconteceu no passado dia 9 deste mês no Coliseu Micaelense, e contou com a participação de uma banda Terceirense, “Enuma Elish” (vencedores do concurso AngraRock 2000). Sendo assim, este grupo esteve entre outros 14 conjuntos, todos eles oriundos da ilha de S. Miguel. A esta ilha dirigiram-se Paulo Cunha (voz e guitarra solo), Paulo Martins (guitarra ritmo), Paulo Fonseca (bateria) e Paulo Toste (baixo). Participaram ainda os seguintes conjuntos: “Passos”, “Mother Foca”, “Corsários”, “A Different Mind” (grupo seleccionado pelos músicos dos “Xutos & Pontapés” para abrir o seu concerto no Festival de Rock do Coliseu Micaelense), “Art & Soul”, “3rd Floor”, “Nurband”, “Crossfaith” (participantes do concurso AngraRock 2005), “Zymosis”, “Blasph3my”, “Hiffen” (vencedores do concurso AngraRock 2003), “Psy Enemy” (participantes do concurso AngraRock 2005), “Spinal Trip” e “Stampkase” (vencedores do concurso AngraRock 2005). O espectáculo, algo inédito nos Açores, teve o seu início ás 21:30 e só terminou por volta das 6:00 da madrugada. Depois de uma breve conversa com o baixista dos Enuma Elish, Paulo Toste, este confirmou o excelente espectáculo e a boa recepção que tiveram, para além de elevar as boas condições técnicas deste evento. Brevemente teremos aqui mais pormenores e comentários dos Enuma Elish sobre esta I Maratona de Rock de Ponta Delgada, um evento que, espera-se, prossiga em anos posteriores.

sábado, setembro 17, 2005

Merch de Manifesto

Temos Cd´s e pin´s para venda, para o efeito deverão dirigir-se á Valentim de Carvalho, em Angra do Heroísmo ou fazer o pedido através do site www.dirtyhouse.blogspot.com ou www.impulsoproducoes.com. Em alternativa os pedidos poderão ser feitos pessoalmente aos membros da banda.

quinta-feira, setembro 08, 2005

C.B.Rock´s novamente no Bailão...

A tasca "C.B.Rock´s" vai estar novamente no Bailão, amanhã dia 9, sexta-feira, para uma festa de música brasileira(?). Sim, pois eu sei, mas vamos estar lá a tentar fazer o dinheiro que não conseguimos fazer debaixo da chuva do AngraRock. Apareçam, além disso é a festa de despedida do Silas!

terça-feira, setembro 06, 2005

AngraRock - De volta ao Bailão

Realizou-se no fim de semana passado mais uma edição do festival AngraRock com um cartaz cheio de surpresas e nomes capazes de mover muita gente. Á partida, os Blasted Mechanism e os Los Hermanos eram nomes por si só sonantes e outros como os Exilia e os Charon eram sons a descobrir e reconhecidos por poucos. Tudo isto perdeu sentido quando a metereologia decidiu fazer parte da festa e trouxe chuva e vento a partir do dia 1 de setembro (quando se preperava o festival) e só acabou no dia 5 (dia seguinte ao festival) sendo que hoje dia 6 quando escrevo isto está um lindo dia de sol...são coisas inevitáveis, mas que nos irritam profundamente. Isto já aconteceu em anos anteriores, ou quem não se lembra de ver os Paradise Lost debaixo de uma chuva torrencial?! Álias parece vir a ser tradição vermos o AngraRock acompanhados de chuva e este não é o primeiro ano em que ouço dizer que deveria mudar-se o festival para Agosto. São opiniões que poderão ou não ter razão de ser...embora também já tenha visto chover nas festas da Praia, realmente em Agosto as probabilidades de nos cruzarmos com a chuva são menores, enfim! Á parte disto, no primeiro dia vimos a noite a abrir com os vencedores da edição do concurso AngraRock 2005, os Stampkase de S. Miguel, um grupo que mais uma vez trouxe muita coesão e um som muito pesado que levou muita gente á frente do palco, inclusivé muitos Micaelenses que se encontravam na nossa ilha para ver o festival. Apesar da relativa agressividade do seu som não ser acessivel ao publico em geral, animaram o principio de noite aos verdadeiros amantes do Metal e tiveram uma actuação positiva. De seguida vimos em palco os Easyway, um grupo de Punk Rock “new school” Português, cheio de energia, ritmos contagiantes e muita atitude. Entre os variados temas, de realçar o ultimo, uma versão do tema “Jardins Proibidos” (julgo que é cantada pelo Olavo Bilac e pelo Paulo Gonzo...), que sendo uma “love song”, levou aqui uma volta e tornou-se uma verdadeira música Punk Rock. Uma versão muito bem conseguida! A fechar esta noite, talvez a melhor banda que esteve presente neste festival, os Exilia vindos de Itália. Metal no seu estado puro e duro, melódico q.b., excelentes executantes, a fazer lembrar um pouco projectos como os Arch Enemy, se bem que menos pesado, tendo na dianteira uma vocalista espectacular e com uma voz de arrepiar! O slam e o mosh acompanharam este concerto. No segundo dia de festival e devido ao tempo (este que poderia ser o dia mais forte, acabou por ser uma desilusão devido ao muito mau tempo que se fazia sentir), a actuação dos Charon foi alterada para o dia a seguir, depois dos Los Hermanos e sendo assim a noite abriu com os VelvetStone que cada vez mais parecem ter encontrado um rumo e um som definido. Estiveram muito bem, sem falhas, estando o novo elemento perfeitamente integrado no projecto, sendo as músicas novas apresentadas prova disso mesmo. Mais melodia, mais energia e mais cumplicidade. O vocalista, como sempre, foi muito critico nos seus comentários em relação aos “hipócritas e falsos que rodeiam o conjunto”, citei, o que leva a crer que se eles existem, não estão a conseguir os seus propósitos em relação aos VelvetStone que estão a passar uma fase muito positiva. Seguidamente vieram a palco os Blasted Mechanism, o nome mais sonante deste festival. Não sei se aquilo é Rock, se é Ska, se é Reggae..., não sei bem o que é, mas sei que é original, electrizante, vistoso e agradável, tanto á vista como ao ouvido. Animaram o publico, mostraram toda a sua vitalidade e fizeram aquilo que se esperava, deram um excelente concerto. Na ultima noite e a abrir, vimos a actuação dos Penumbra, um grupo “refrescado” pela inclusão do teclista, como já tinhamos visto nas Sanjoaninas. Estão mais interessantes a nivel músical e mais ricos em termos de composição. Uma actuação muito boa, Metal escuro, algo negativo e misterioso. Uma boa execução e mais uma vez a prova da excelente voz da vocalista. Los Hermanos vieram ao palco como os tanto afamados “cabeças de cartaz” deste festival. Confesso que foi a maior desilusão que tive e que senti na maior parte das pessoas com quem falava. Já ouvi temas deles e vi na televisão a actuação que deram no Rock in Rio em 2001 e não era nada daquilo!!! Tinha energia, atitude, vigor, garra... o que vimos foi um grupo morno, muito agarrado ao Bossa nova, que apesar de tocarem muito bem e de terem uma excelente secção de metais, adormeceram a maior parte do publico. Até o tema “Anna Julia” (que levou imediatamente muita gente a correr ao palco (?)), foi tocado numa lentidão que metia dó. Muito mau, para um festival de Rock. A fechar a noite e o festival, a actuação dos Finlandeses Charon. Metal melódico, bem conseguido...(imaginem os HIM numa versão mais pesada...). Apesar da construção das músicas ser sempre a mesma, vimos grandes executantes, temas muito bons e bem aceites pelo público. Durante quase duas horas mantiveram público á sua frente, apesar da chuva que por vezes caía. Fecharam com a chave de ouro este festival que necessita urgentemente de rever o seu formato. Foi concebido assim, mas poderia funcionar muito melhor... ainda assim, ainda bem que temos um festival de Rock!