terça-feira, setembro 06, 2005

AngraRock - De volta ao Bailão

Realizou-se no fim de semana passado mais uma edição do festival AngraRock com um cartaz cheio de surpresas e nomes capazes de mover muita gente. Á partida, os Blasted Mechanism e os Los Hermanos eram nomes por si só sonantes e outros como os Exilia e os Charon eram sons a descobrir e reconhecidos por poucos. Tudo isto perdeu sentido quando a metereologia decidiu fazer parte da festa e trouxe chuva e vento a partir do dia 1 de setembro (quando se preperava o festival) e só acabou no dia 5 (dia seguinte ao festival) sendo que hoje dia 6 quando escrevo isto está um lindo dia de sol...são coisas inevitáveis, mas que nos irritam profundamente. Isto já aconteceu em anos anteriores, ou quem não se lembra de ver os Paradise Lost debaixo de uma chuva torrencial?! Álias parece vir a ser tradição vermos o AngraRock acompanhados de chuva e este não é o primeiro ano em que ouço dizer que deveria mudar-se o festival para Agosto. São opiniões que poderão ou não ter razão de ser...embora também já tenha visto chover nas festas da Praia, realmente em Agosto as probabilidades de nos cruzarmos com a chuva são menores, enfim! Á parte disto, no primeiro dia vimos a noite a abrir com os vencedores da edição do concurso AngraRock 2005, os Stampkase de S. Miguel, um grupo que mais uma vez trouxe muita coesão e um som muito pesado que levou muita gente á frente do palco, inclusivé muitos Micaelenses que se encontravam na nossa ilha para ver o festival. Apesar da relativa agressividade do seu som não ser acessivel ao publico em geral, animaram o principio de noite aos verdadeiros amantes do Metal e tiveram uma actuação positiva. De seguida vimos em palco os Easyway, um grupo de Punk Rock “new school” Português, cheio de energia, ritmos contagiantes e muita atitude. Entre os variados temas, de realçar o ultimo, uma versão do tema “Jardins Proibidos” (julgo que é cantada pelo Olavo Bilac e pelo Paulo Gonzo...), que sendo uma “love song”, levou aqui uma volta e tornou-se uma verdadeira música Punk Rock. Uma versão muito bem conseguida! A fechar esta noite, talvez a melhor banda que esteve presente neste festival, os Exilia vindos de Itália. Metal no seu estado puro e duro, melódico q.b., excelentes executantes, a fazer lembrar um pouco projectos como os Arch Enemy, se bem que menos pesado, tendo na dianteira uma vocalista espectacular e com uma voz de arrepiar! O slam e o mosh acompanharam este concerto. No segundo dia de festival e devido ao tempo (este que poderia ser o dia mais forte, acabou por ser uma desilusão devido ao muito mau tempo que se fazia sentir), a actuação dos Charon foi alterada para o dia a seguir, depois dos Los Hermanos e sendo assim a noite abriu com os VelvetStone que cada vez mais parecem ter encontrado um rumo e um som definido. Estiveram muito bem, sem falhas, estando o novo elemento perfeitamente integrado no projecto, sendo as músicas novas apresentadas prova disso mesmo. Mais melodia, mais energia e mais cumplicidade. O vocalista, como sempre, foi muito critico nos seus comentários em relação aos “hipócritas e falsos que rodeiam o conjunto”, citei, o que leva a crer que se eles existem, não estão a conseguir os seus propósitos em relação aos VelvetStone que estão a passar uma fase muito positiva. Seguidamente vieram a palco os Blasted Mechanism, o nome mais sonante deste festival. Não sei se aquilo é Rock, se é Ska, se é Reggae..., não sei bem o que é, mas sei que é original, electrizante, vistoso e agradável, tanto á vista como ao ouvido. Animaram o publico, mostraram toda a sua vitalidade e fizeram aquilo que se esperava, deram um excelente concerto. Na ultima noite e a abrir, vimos a actuação dos Penumbra, um grupo “refrescado” pela inclusão do teclista, como já tinhamos visto nas Sanjoaninas. Estão mais interessantes a nivel músical e mais ricos em termos de composição. Uma actuação muito boa, Metal escuro, algo negativo e misterioso. Uma boa execução e mais uma vez a prova da excelente voz da vocalista. Los Hermanos vieram ao palco como os tanto afamados “cabeças de cartaz” deste festival. Confesso que foi a maior desilusão que tive e que senti na maior parte das pessoas com quem falava. Já ouvi temas deles e vi na televisão a actuação que deram no Rock in Rio em 2001 e não era nada daquilo!!! Tinha energia, atitude, vigor, garra... o que vimos foi um grupo morno, muito agarrado ao Bossa nova, que apesar de tocarem muito bem e de terem uma excelente secção de metais, adormeceram a maior parte do publico. Até o tema “Anna Julia” (que levou imediatamente muita gente a correr ao palco (?)), foi tocado numa lentidão que metia dó. Muito mau, para um festival de Rock. A fechar a noite e o festival, a actuação dos Finlandeses Charon. Metal melódico, bem conseguido...(imaginem os HIM numa versão mais pesada...). Apesar da construção das músicas ser sempre a mesma, vimos grandes executantes, temas muito bons e bem aceites pelo público. Durante quase duas horas mantiveram público á sua frente, apesar da chuva que por vezes caía. Fecharam com a chave de ouro este festival que necessita urgentemente de rever o seu formato. Foi concebido assim, mas poderia funcionar muito melhor... ainda assim, ainda bem que temos um festival de Rock!

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