Texto - Miguel Linhares
Passamos quase 6 meses, durante o Inverno, á espera de um evento musical, de um concerto ou de uma simples festa em que possamos saciar a vontade de estar ligados ao mundo da música activamente. Mas são escassas as oportunidades nessa altura do ano e vontade também não a há por cá. Para todos os bares ou discotecas que vamos, somos confrontados com estilos musicais suspeitos, quase sempre numa onda electrónica, repetitiva e que até mesmo os amantes deste género, por vezes, criticam-na e fartam-se. Não pretendo menosprezar este estilo musical e esta nova “moda” que até já nem o foi e tinha fãs incondicionais, mas que já está mais que explorado, está! Seja numa onda mais euro, mais retro ou até com variantes futuristas e vanguardistas, a musica electrónica está no auge do seu esgotamento e não tenho a certeza se será bem esse ambiente musical que as pessoas, em geral, procuram nos nossos espaços de diversão nocturna. Senão, como explicar o falhanço de tantas casas nocturnas na nossa região?! Não acredito que tudo isso seja baseado em más gerências…
O que acontece é que ninguém está a tentar inovar e não se seleccionam ambientes devidamente. Quando é novidade, toda a gente lá vai, por uma questão de meses fica o falhanço em que quase todos acabam por acumular. No verão a única solução são mesmo os festivais e festas que vão animando a região, também aqui, por vezes, com escolhas pindéricas, mas sempre nos vai animando a época mais festiva da região Açores. Pretendo destacar aqui o festival Ponta Delgada e o festival AngraJazz, este último faz notícia na página desta semana. O festival Ponta Delgada e como já todos devem saber – alias coloquei o cartaz aqui, na semana passada – fala por si e tem na escolha dos artistas uma arma perfeita. Muito variado o menu musical e com artistas que fazem inveja a muitos festivais, Jamiroquai encabeça esse sentimento. Falta ver o resultado final, mas disso teremos notícias aqui na semana que vem.
Quanto ao festival AngraJazz demonstra o que de melhor se faz na ilha Terceira e dá voz e cor a uma das melhores apostas da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo desde há uns anos para cá. Muito pouco criticável, alias, este festival tem-se cimentado pela positiva e possui na Associação que lhe dá forma pessoas responsáveis, profundas conhecedoras de causa e bem sucedidas neste evento. Só falta mesmo nesta cidade um festival de Blues…
in jornal "A União", 26 de Julho 2006
2 comentários:
Há um festival de blues na Praia (10-12 de Agosto), para quê outro em Angra?
Camarada, pelo seu comentário só posso responder desta maneira: então com um festival de Rock em Angra, porquê outro na Praia (6 de Agosto)?!
Até o nome "cola-se", Festival Praia Rock!
Uma coisa não inviabiliza a outra, pode haver em cada cidade um festival de Rock, ou de Blues, ou de Jazz ou de teatro...seja lá o que for. Só enriquece a ilha e cada uma das cidades em concreto. Alias, esse festival de Blues que mencionou e o de Rock que mencionei estão inseridos nas festas da Praia, em formatos diferentes dos que se realizam em Angra. E no caso desta crónica, estava a referir-me somente á cidade de Angra, não mencionei a da Praia, que, por acaso, em alguns aspectos culturais, está uns passos á frente de Angra. Se esse I Festival Praia Rock tiver sucesso e for aproveitado nos próximos anos, teremos dois grandes festivais de Rock na ilha Terceira... e depois, qual é o problema? Só nos enriquece culturalmente e movimenta esta ilha que bem precisa...
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