domingo, outubro 21, 2007

Jazz e uma breve nota sobre o AngraJazz.

Texto - Miguel Linhares

Quando me iniciei nesta caminhada da música, há uns 16 anos atrás, era impensável para mim ouvir jazz, assim como muitos outros géneros que não tivessem distorção nas guitarras e irreverência. Entrei pela porta grande do heavy metal, ouvindo bandas como Metallica, Guns n´Roses, Exodus, Tankard, Megadeth, Helloween, Iron Maiden, King Diamond, Accept, Skid Row…um pouco mais tarde, entre 1992 e 1993, comecei a ouvir muitos outros sons, tanto da explosão do grunge – Nirvana, Soundgarden, Stone Temple Pilots, Alice in Chains, … – como de uma área mais pesada e mais motivadora. Sepultura, Pantera, Machine Head, Slayer, Kreator e muitos, muitos outros que este espaço não daria para enunciar! Neste entretanto, vamos filtrando a música que nos chega aos ouvidos, ainda mais hoje em dia que esta entra em grandes proporções, nem sempre com qualidade e, agora, em Bytes. Abrimos horizontes. Continuo a ouvir quase todas as bandas que ouvia antes, outras do mesmo género que vão nascendo, conheci novos tipos de rock e metal e comecei a explorar blues, clássica, experimental e, entre outros géneros, jazz. Como sou coleccionador de música, sempre que posso aumento a minha lista de CD´s. Inclusive destes géneros, inclusive de jazz. Estou longe de ser um conhecedor de jazz, mas já o entendo melhor, já o sinto e admiro. De algumas das colecções que possuo, não raros são os dias em que uma audição a Ella Fitzgerald, Charlie Parker, Lester Young, Chet Baker ou à brilhante Billie Holiday é obrigatória! Também aqui poderia enumerar muitos mais artistas, mas, mais uma vez, o espaço é curto. Sinto uma certa pena de não conhecer muito bem o jazz contemporâneo, mas para isso estou a trabalhar. O blues atrai-me muito mais, talvez por a ligação ao rock ser mais directa e óbvia. Hábitos!
Este ano, por estar em S. Miguel nessa altura, não presenciei o AngraJazz. A perca é reversível, pois para o ano farei os possíveis para lá estar. Entretanto – pensei – posso ver esta edição nas habituais repetições na RTP-Açores. Quando afinal, vim a saber, a RTP este ano não esteve presente no festival… será possível? Qual foi a razão? Não tinham meios disponíveis… Tudo bem, também só estamos a falar de um dos festivais mais importantes do país de jazz, que por acaso é aqui na nossa região! Haverá meios disponíveis para o festival de jazz de Ponta Delgada?!

in jornal "A União", 18 de Outubro, 2007

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