Texto - Miguel Linhares
E ninguém o fez melhor que Zeca Afonso!
Fausto, Adriano Correia de Oliveira, José Mário Branco, Janita Salomé, Paulo de Carvalho ou Sérgio Godinho são outros nomes importantes da música de protesto que, em Portugal, atacou o regime autoritário de Salazar/Caetano que vigorou entre 1933 e 1974.
Muitos foram os resistentes ao “lápis azul” da PIDE/DGS – poetas, músicos, políticos revolucionários – que exprimiam através da escrita e/ou da música o sentimento de revolta perante a gritante falta de liberdade e expressão que se vivia no país de então. Vale, claro, a música que ficou no cancioneiro nacional, mas, mais que tudo, acho que vale a mensagem, as letras, as vozes e a atitude.
Actualmente a música de intervenção surge com outros contornos e livre de censura. Nos Estados Unidos, por exemplo, são muitos os artistas de variados estilos musicais que adoptaram uma faceta social muito critica – em relação ao seu país, ou mesmo ao mundo – e depois do 11 de Setembro e da consequente intervenção militar no Iraque houve uma explosão deste género. As bandas de rock, em maioria, atacam o seu próprio governo e presidente. Green Day, Megadeth e NOFX são alguns exemplos. Grupos de outras paragens fazem-no. Alguns já o faziam, mas aguçaram o apetite para este tipo de alerta eficaz. U2, talvez melhor que ninguém na Grã-bretanha, fazem-no.
Em Portugal este tipo de revolta musical abrandou e restam os ícones do pré-revolução de Abril, maioritariamente enquadrados na categoria de música tradicional portuguesa e fado e com uma ideologia marcadamente de esquerda. O único género musical que parece abarcar este tipo de mensagem continua a ser – agora, antes e, provavelmente, sempre – o punk/rock. São inúmeras as bandas deste género em Portugal que mantêm uma atitude revolucionária, forte, de mensagens directas e “sem vergonha” e medo. Independentemente da qualidade musical, e mesmo lírica, o mais relevante é não se perder esta capacidade de se falar, criticar e manifestar, através da cultura, através da música, neste caso. Qualidades e direitos que os Portugueses ás vezes esquecem que possuem e podem usufruir…
in Jornal "A União", 16 de Abril, 2008
E ninguém o fez melhor que Zeca Afonso!
Fausto, Adriano Correia de Oliveira, José Mário Branco, Janita Salomé, Paulo de Carvalho ou Sérgio Godinho são outros nomes importantes da música de protesto que, em Portugal, atacou o regime autoritário de Salazar/Caetano que vigorou entre 1933 e 1974.
Muitos foram os resistentes ao “lápis azul” da PIDE/DGS – poetas, músicos, políticos revolucionários – que exprimiam através da escrita e/ou da música o sentimento de revolta perante a gritante falta de liberdade e expressão que se vivia no país de então. Vale, claro, a música que ficou no cancioneiro nacional, mas, mais que tudo, acho que vale a mensagem, as letras, as vozes e a atitude.
Actualmente a música de intervenção surge com outros contornos e livre de censura. Nos Estados Unidos, por exemplo, são muitos os artistas de variados estilos musicais que adoptaram uma faceta social muito critica – em relação ao seu país, ou mesmo ao mundo – e depois do 11 de Setembro e da consequente intervenção militar no Iraque houve uma explosão deste género. As bandas de rock, em maioria, atacam o seu próprio governo e presidente. Green Day, Megadeth e NOFX são alguns exemplos. Grupos de outras paragens fazem-no. Alguns já o faziam, mas aguçaram o apetite para este tipo de alerta eficaz. U2, talvez melhor que ninguém na Grã-bretanha, fazem-no.
Em Portugal este tipo de revolta musical abrandou e restam os ícones do pré-revolução de Abril, maioritariamente enquadrados na categoria de música tradicional portuguesa e fado e com uma ideologia marcadamente de esquerda. O único género musical que parece abarcar este tipo de mensagem continua a ser – agora, antes e, provavelmente, sempre – o punk/rock. São inúmeras as bandas deste género em Portugal que mantêm uma atitude revolucionária, forte, de mensagens directas e “sem vergonha” e medo. Independentemente da qualidade musical, e mesmo lírica, o mais relevante é não se perder esta capacidade de se falar, criticar e manifestar, através da cultura, através da música, neste caso. Qualidades e direitos que os Portugueses ás vezes esquecem que possuem e podem usufruir…
in Jornal "A União", 16 de Abril, 2008
"A Noite", RDP-Açores, 21 de Maio, 2008
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