sexta-feira, dezembro 17, 2004

Um poema feito para Ela

Olhares


Como eu o senti... aquele comentário lacónico.
Fui completamente desfeiteado por aquele ataque verbal,
Tão fortes foram as palavras, tão belos eram os lábios que as rezavam,
Sóbrios sobre aquele tom avermelhado natural...
Tanto mais lindos eram os olhos que para mim não olhavam!

Preferiu não olhar naquele breve momento,
Não sei se por desprezo, ou teria sido por medo...?
Não sei, porque ouvindo-a distraía-me, fugia,
Corria, porque para mim ainda era muito cedo.
Exortava para que não chegasse aquele dia.

Fiquei famélico quando decidiu olhar-me!
Olhos nos olhos, ficaria infinitamente com ela,
A ter diálogos ensurdecedores, mudos...
Já o fizemos, cada vez que o fazemos deixa-nos uma sequela.
Abstraímo-nos de todos os outros mundos!

Fiquei a absorver todo aquele exórdio
E a cada olhar que por mim lhe era dirigido,
Ela na sua graciosidade ripostava violentamente!
Depois de ataques tão belos, senti-me rendido...
E sinto-me comprado por aquela beleza tão magnificente...

Miguel Linhares Angra do Heroísmo, 02 de Janeiro de 2003

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