sexta-feira, janeiro 20, 2006

A tua indiferença é o poder deles...

Desta vez e á semelhança das ultimas autárquicas, não vou votar, infelizmente. Estou recenseado em Angra e como estou a viver em Ponta Delgada, não posso votar. Tenho pena, porque é a única arma que nós cidadãos comuns têm perante a máquina do estado, que actualmente revela-se cada vez mais reaccionária, hipócrita e cheia de pormenores sarcásticos.
No próximo dia 22 o povo Português vai ser chamado ás urnas para votar naquela que é a figura menos importante para o país, o presidente da república portuguesa. Não é mais que, para além de chefe supremo das forças armadas, a figura que nos representa no exterior. A nossa cara, digamos. Não tem papel activo no desenrolar do dia a dia do país, embora pelo menos um candidato ache que sim (economistas…), nem nas opções de governabilidade, apesar de ser um árbitro/espectador. Mas tudo bem, esse é o nosso sistema republicano e quem sou eu para pô-lo em causa?! Mas de qualquer maneira e independentemente da importância (ou falta dela) que esta figura de estado possa ter no nosso país, a verdade é que vai ocupar aquele cargo e vai ganhar para cima do milhar de contos. Por isso é bom que tenhamos a nossa opinião expressa no papel de voto, a tal arma que temos, votar a favor daquele que achemos o melhor candidato, mesmo que todos sejam uma desgraça completa! Ou então deixar a nossa marca de desaprovação, deixando o cartão em branco, não me interessa. Quero é pedir a todos que não faltem ás urnas, apareçam, aproveitem este acto que não serve só para dar as cadeirinhas aos senhores, mas também serve para darmos a nossa opinião! Demonstrem que são um povo com ideologia, com opiniões formadas, com capacidade de decisão. Demonstrem que são cidadãos! A abstenção é a pior inimiga dum regime democrático livre, mais ainda quando cada vez mais parecemos um país de analfabetos funcionais, pouco cultos, comodistas e pobres, de espírito essencialmente.
Espero que se prove o contrario neste teste e que a presença nas urnas em todo o país revele, afinal, um povo que até arrebita quando é preciso e não só quando Portugal está nas fases finais de europeus ou mundiais de futebol. Um povo que não é passivo, mas que é capaz de adoptar um papel activo dentro da sociedade. Estou a pedir muito, eu sei, mas é possível.
Votem no dia 22 e nunca se esqueçam que a vossa indiferença, será o poder “deles”…

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