Texto - Miguel Linhares
Não é a primeira vez que falo sobre isto desde que comecei a escrever para este jornal. Mas acho que devo sublinhar novamente alguns pontos…
Não me canso de dizer que esta página contém opiniões pessoais – não podendo estas serem censuradas – e por artigos que apesar de serem o mais imparciais possíveis, não deixam de ter o ponto de vista de quem o escreve, neste caso, eu. Qualquer jornalista, profissional ou não, que relata algo que viu, é impossível não estar, em parte, a relatar o que achou. Posso estar a ver um concerto de Aerosmith e achar que tiveram uma brilhante prestação e escrever dizendo isso mesmo, mas outra pessoa estar lá presente, achar o contrário e escrever isso mesmo, havendo relatos e reportagens opostas. Está-se a escrever o que se viu, o que se achou e o que se sentiu. E isso, por vezes, difere de pessoa para pessoa. Aqui é exactamente isso que acontece. Por vezes relato algo que achei ser “x” e vem algum leitor dizer-me que achou “y”. E ainda bem que assim é, multiplicidade de ideias e opiniões precisa-se! Como teimo em dizer, que graça teria o mundo se fosse todo amarelo…?!
Também, sem perceber porquê, continuam a existir pessoas que se ofendem e discordam do que por vezes aqui digo. Isto não passa de uma página muito limitada, simples e que nem atinge uma quantidade de leitores muito extensa…não percebo o porquê de tanta irritação. Mas tenho direito à minha opinião e a relatar o que achei sobre algo, correcto? Ou deveria eu estar aqui só a dizer o que gostam de ouvir? Estarei eu aqui a trabalhar para banda “a”, ou para banda “b”? Não! E quando não gosto de algo, tenho que dizer isso mesmo, não posso passar a mão na cabecinha de todos e dizer que foi brilhante. Quem não concordar pode, simplesmente, deixar de ler o Musicofilia, ou então tomar uma atitude mais profunda e contrapor, utilizando, por exemplo, este mesmo jornal. É um direito que assiste todo e qualquer cidadão! O que não fica bem é falar por trás e a outras pessoas que não a visada. Cobardias, não por favor! Ganhem coragem e digam as coisas olhos nos olhos. Estou cá para ouvir e se de algum modo tiver ofendido alguém, desculpar-me-ei. Se é só um confronto saudável de ideias que querem, também estou disponível, adoro falar sobre música! E gosto de aprender. Mas mesquinhice é que não…vivemos numa ilha pequena em que a unidade na música devia ser um estandarte. E, além disso, por ser uma ilha pequena, acaba-se por saber tudo.
in jornal "A União", 27 de Setembro, 2006
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