Texto - Miguel Linhares
Cá estamos novamente à beira de mais um ano. 2006 caracterizou-se a nível musical por vários factores, na sua maioria positivos, tanto a nível internacional, como a nível nacional. Cá pela nossa região e na nossa ilha Terceira, tenho que realçar o aparecimento de algumas bandas muito interessantes e que vieram dar, finalmente, uma lufada de ar fresco à nossa terra. Em primeiro lugar, os Anomally! Já faltava uma banda deste género na ilha Terceira, a fazer lembrar os bons anos noventa e todo o reboliço que se fazia sentir, principalmente em Angra, sempre que havia concertos e quando havia bandas de Trash/Gothic/Death. Foi a melhor revelação terceirense neste ano e, sem medo, afirmo que foi a melhor banda a aparecer nos Açores este ano! Apesar de um 4º lugar no concurso AngraRock – o que é perfeitamente discutível – mostraram nas poucas aparições ao vivo muita garra, técnica, atitude e alguma maturidade. Mesmo sabendo que alguns elementos da banda não tinham nenhuma – ou pouca – experiência de grupos e/ou actuações ao vivo, facilmente se percebe que estão nisto a sério e que não são só mais uns putos a tentar fazer música! Dentro de um género musical muito subjectivo e que não é dirigido ás massas, os Anomally fazem tremer por onde passam e deverão ter um grande 2007 pela frente…
A outra banda que pretendo realçar é os Othello. Este conjunto surgiu em Abril e logo na primeira actuação deixou cimentado um natural respeito por quem os presenciou. Músicos já muito experientes e rodados no nosso meio, tecnicistas – sem que isso seja no entanto uma bandeira do grupo – e acima de tudo com uma música muito sentida. À boa maneira de uns Muse ou 30 Seconds to Mars, os Othello apostam numa vertente mais introspectiva e intimista, sem perderam vigor e, também, rigor. Sem ser também um estilo musical que se possa apelidar de comercial ou virado para o grande público, não deixa de ser, no entanto, muito aceite. O 3º lugar no AngraRock – e melhor banda terceirense no concurso – poderá revelar a qualidade a que este grupo presta vassalagem. O futuro será mais esclarecedor, de modo a que se entenda que caminhos eles pretendem adoptar, mas um 2007 brilhante adivinha-se.
Nos artistas já conhecidos, destaco, sem dúvida, os Strëam! As recentes novidades sobre a banda dos Altares – noticiadas aqui neste jornal – fazem-nos prever um 2007 muito produtivo e que, esperemos, seja o passo definitivo que a banda já vinha a merecer, tanto a nível nacional, como internacional!
A todos um excelente Natal com quem mais gostam e, de preferência, com muita música!!!
in jornal "A União", 21 de Dezembro, 2006
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