Texto - Miguel Linhares
Começam a ser ás dezenas. Começam a propagar-se para as ilhas mais pequenas também. Naquelas em que se os visitantes forem muitos, a população duplica. Em Stª Maria assim é! Assim que chega a Maré D´Agosto a população daquela ilha duplica com a visita de milhares de festivaleiros, quase todos vindos de S. Miguel. Já vimos outros casos em alguns festivais pontuais que só viram a cor de uma primeira edição, como é o caso do Festival da JS, em S. Jorge em 2004. Foi mais um isco aos jovens com as eleições a poucos dias, do que um festival, no verdadeiro sentido da palavra. No entanto valem estes eventos pelos artistas e pelos espectáculos. De uma maneira ou outra, sou apologista desta vaga de festivais. No continente são ás dezenas, pela Europa fora serão ás centenas, nos Estados Unidos mais ainda, aqui nos Açores começam a bater a dezena. Embora muitos destes eventos, infelizmente, não consigam superar segundas e terceiras edições – muito por culpa da falta de verbas – é de louvar o empenho que muitas pessoas oferecem na criação de um evento que tem como alvo os apreciadores de música e entretenimento, na sua maioria, jovens. Não é fácil colocar um evento de médias dimensões de pé – sei-o por experiência própria – mas com preserverança e seriedade consegue-se! Um pouco de sorte também ajuda. Reconhecimento por parte de eventuais apoios e patrocínios que acabam por ser o batimento cardíaco de um evento desta natureza. Sem eles nunca seria possível, mas a avaliar pelos eventos que começam a despontar, julgo que tem havido uma abertura aceitável e, se calhar, é possível fazer os melhores eventos do país nas nossas ilhas. Porque tem que ser sempre em Lisboa, no Algarve (ou Allgarve, como preferirem!) ou no Porto? Porque não em Ponta Delgada ou Angra do Heroísmo? Porque não Praia da Vitória ou Velas?! Porque não Vila do Porto? Por exemplo, alguns dos maiores eventos de música (de dança, essencialmente) no nosso país vizinho acontecem nas ilhas Baleares! Ibiza é o expoente máximo desta analogia. Seremos, então, assim tão pequenos? Acho que não. A insularidade é um fardo, mas não é uma fronteira. Preparem-se para as nossas festas e festivais de verão e participem. Só assim podemos ajudar a dar dimensão aos nossos eventos e aproveitem, pois o verão por aqui é curto!
in jornal "A União", 27 de Junho, 2007
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