Tudo acontece de cada vez que se sai á rua. No meio da escuridão da calçada jazem muitas conversas e pensamentos estridentes, produto cuspido por mentes obtusas, produto de almas inteligentes e predominantes. É assim, o mais forte e mais inteligente consegue dar-se ao luxo de despropriar-se de tudo aquilo que, ao mais comum animal, seria um momento de profunda introspecção, um momento de superioridade do qual ele nem tem noção que existe, ou que possa ter. Triste, não é?! Nem sempre se pode aproveitar tudo aquilo que criamos, por mais importante que isso fosse para o ser ao lado, ignora-se decididamente. Se calhar á imagem do mais fraco, também não se tem noção da sua importância e dai o fim triste nos cantos da cidade, vageando ao sabor do vento que curva infantilmente nas travessas. E nunca será recolhido por ninguém. É ignorado por não ser compreendido! Triste também, não é?
Nunca acabará num papel, encadernado decentemente, mas cruzar-se-á todos os dias com os "desencadernados" que também são vitimas das brincadeiras do vento. Ah, esse vento que não se cansa e provoca a erosão nas tais almas inteligentes e predominantes. Por lá passa e lá grita os seus segredos, num ápice! Ninguém o apanha! Mas também ninguém o compreende...
E continuam a ser cuspidas coisas que não mereciam ser espezinhadas por aqueles que as criaram e pelos outros que não compreendem,... e os que as compreendem acabarão também sentados no brilho polido da calçada, levando com as diabruras do vento e com a simpática ignorância dos mais fortes e mais inteligentes. Que vida imbecil esta...!
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