domingo, junho 04, 2006

God Bless America

Acompanho, regularmente, a excelente escrita do meu camarada e amigo de longa data, Cláudio Resendes. Não resisti em copiar este pequeno texto e mostrá-lo a mais algumas pessoas que eventualmente não tenham conhecimento do blog dele. Não é plágio, pois está devidamente identificado. Abraço camarada ;)

Texto - Cláudio Resendes - www.karmadisease.blog.com

Hoje ainda nem tinha tomado o revigorante café da manhã, quando surpreendentemente fui abalroado, por uma situação inesperada, todavia agradável. Avistei um Punto Gt, todo "tuning xpto", a engolir a estrada à sua frente, ao som do escape "remus". Quando me preparava, para ser atordoado por 20000 watts output de "hip-hop", ou até mesmo de puro "house" tribal, qual não é o meu espanto... Jazz... Mas não qualquer um ... Cool Jazz do movimento intelectual dos anos 50... Nos habituais níveis de decibéis arrasadores de tímpanos, mas até soou a... Música... Perdoem-me todos os "dreads", "azeiteiros" e "gringos" (variante endémica da minha terra), mas não vou mesmo com "house" e "hip-hop" ás 9 da manhã. Seria curioso ver o nascimento de uma nova estirpe, aliando o "tuning", às sonoridades jazz, blues, funk... Da forma que as coisas andam, convida-se o Vin Diesel e a Michelle Rodriguez para fazerem um filme, em que conduzam "All American Muscle Cars" alterados, de forma a roçarem os 800 cavalos de potência, mas que no leitor de CD, toquem Charlie Parker, Duke Ellington, Nina Simone... Havia de ser bonito... Revivalismo Jazz em todos os sistemas de alta fidelidade sonora... "Street Racing" com "Je ne sais quoi" musical. Pois é. Os modelos "Thug", "Gangster" ou simplesmente de heroísmo amoral, marcam mais a personalidade dos jovens, do que os valores incutidos em casa ou nos estabelecimentos de ensino. Talvez devido ao ritmo que se vive e que nem permite criar grandes laços. O estilo de vida transparecido, por esses modelos, é atraente pois cria a ilusão de vida bem sucedida e fácil, e muitas vezes só nos resta sonhar. São tudo modelos da geração "Chocapic", quando no meu tempo só havia "Corn Flakes" e Stallone ( e ninguém se queria parecer com ele, valha-nos deuzzzz... hum). Toda a gente tem de se agarrar a algo. Compreendo. Eu agarro-me a minha cadela de 60 kg. Tentei o "hip-hop", mas dá-me cabo dos rins ou dos "rinzes", como preferirem. O "house" obriga os meus defuntos neurónios andarem ao ricochete, o que provoca estragos irreparáveis, no meu já por si debilitado intelecto. Não tenho tempo! Fiz como o Maradona e deixei a coca... Mudei para a Pepsi.

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