Texto - Miguel Linhares
Estamos a dois dias do início de uma das maiores festividades dos Açores e que embelezam majestosamente a cidade de Nemésio, Praia da Vitória.
Aqui o que interessa falar é sobre música e nesse aspecto estas festividades têm vindo a dar cartas ás demais de idêntica dimensão e orçamento. Saber programar um cartaz musical é importantíssimo para o sucesso das mesmas e ajuda a gerir antecipadamente o sucesso, ou não, que poderá obter por parte do público. Este ano a comissão propõe um modelo inovador no que concerne ao recinto e pretende oferecer um Music Resort aos visitantes o que aumentará a qualidade das festas e tornará ainda mais forte o cartaz turístico do concelho, assim dizem.
Este ano tenho o prazer de participar nas festividades com a minha banda, os Manifesto que neste mesmo concerto celebrará o seu 10º aniversário. Mas não querendo parecer mal agradecido, julgo que as portas deveriam se abrir mais aos projectos locais de música moderna. O eterno problema, a eterna discussão e o eterno debate que tento levantar nestas páginas. Já são poucas as oportunidades que os grupos têm para mostrar os seus trabalhos que fechando mais algumas portas significará a estagnação para projectos locais no que concerne a espectáculos ao vivo. Deverá é ser bem pensado um modelo que funcione com estas bandas que, à partida, não puxam grandes massas de público, como é óbvio. O modelo existe, tenho a certeza. E julgo haver pessoas nas festas capazes de fazer isso, talvez falte só a oportunidade certa para que o façam. Assim espero. Até lá, pensemos, isso sim, nestes dez dias de festa que serão – talvez – os melhores dez dias do ano, assim haja sol q.b., boa animação e boa disposição. De minha parte estarei lá e trarei, a seu tempo, os pontos musicais mais altos a estas páginas.
in jornal "A União", 1 de Agosto, 2007
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