Fotos – Miguel Linhares e Marisa Barbosa
Passadas que estão mais umas festas da Praia é tempo de fazer balanço, que a nível musical este ano assume-se positivo. O Musicofilia acompanhou mais de perto o palco principal das festas, a Dreamzone a o palco da Marina, estes os locais fulcrais no que concerne a música mais moderna e/ou alternativa, nas suas variadas vertentes. Um parêntese merece ser feito relativamente à Dreamzone que está muito bem conseguida e veio provar a boa imagem que já havia deixado nos anos anteriores.
Quanto a música propriamente, não é possível neste espaço falar de todos os artistas que estiveram presentes nestes na Praia, mas destaques merecem ser feitos.
André Sardet que com a sua característica forma de cantar e entreter conseguiu cativar o muito público presente que, claro, esperou para cantar em uníssono o tema “Foi feitiço”, o grande êxito do artista actualmente. Apesar de ser um espectáculo mais indicado para recintos fechados, superou e agradou. Os 4 Taste vinham para agradar os mais novos, mas não só! Muita gente acabou por acorrer ao principal recinto das festas para ver os adolescentes que acabaram por surpreender pela razoável presença em palco e vivacidade. Embora os diálogos já viessem decorados e ensaiados, é de louvar a interacção com o público. Repara-se que em palco a banda denota alguma falta de amadurecimento musical, no entanto realça-se duas excelentes covers: uma de Peste & Sida (Sol da Caparica) e outra de Táxi (Chiclete). Outro destaque vai para os terceirences Strëam que tinham a responsabilidade de tocarem sozinhos no palco principal numa das noites da Praia. Nota negativa vai para a demora do concerto que começou com quase uma hora e meia de atraso, algo que, presume-se, seja da responsabilidade da organização e não da banda. Musicalmente apareceram mais suaves e directos. A banda que sempre se caracterizou pelo seu rock aguerrido, neste momento passa por uma fase mais melodiosa e elaborada. Amadurecimento, dirão muitos…
Um novo tema foi apresentado ao público da Terceira, “Listen” e dos temas mais antigos pouco se ouviu na Praia. Tiveram muito público e palmas não faltaram. “Another Story” foi o tema do encore, que já havia sido tocado antes.
Blind Zero vinham fazer de banda principal para uma noite mais alternativa. Embora o público em geral não se lembre do início da banda, esta primava por fazer rock alternativo de qualidade em Portugal. Abrandou nos últimos anos, mas continuou com o mesmo selo da qualidade e inovação a nível nacional. Concerto primoroso e muito participado em que se pode destacar o excelente final com o 1º single da banda nos anos noventa, “Big Brother” e duas covers bem conseguidas, uma de Bruce Springsteen e outra de Blur.
No III festival de Blues da Praia brilharam – e de que maneira – os Lid´Ed and the Blues Imperials e os Ten Years After. No primeiro caso, blues mais ao jeito de Louisiana, ritmado e com muito soul. Vibrante!
No segundo caso, blues a cair mais para o rock dos anos setenta, ao jeito de Hendrix. Destaque para todos os músicos – todos mesmo – pois foi uma verdadeira lição de música que se viu no palco da Praia na noite de sábado. Simplesmente fantástico a todos os níveis.
Mais três destaques merecidos: Kumpania Algazarra tocou no palco da Marina e passou mais alguns dias a fazer animação de rua. Banda de metais, muito na onda de Kusturika, mas também com outras influências musicais, principalmente de reggae. Excelente! Dazkarieh veio provar, também no palco da Marina, porque é uma das melhores bandas de world music em Portugal, actualmente. Ynot, banda dos terceirences Luís Bettencourt e Paulo Fonseca a oferecer muito hard rock de qualidade, com muito público presente até quase ás três da manhã. Para se repetir.
Nota menos positiva para a artista Vanessa da Mata que realmente não trouxe a energia necessária para animar a noite quente de terça-feira. Embora seja uma artista de grande qualidade, vagueando pela sonoridade afro-brasileira que a caracteriza, a noite acabou por ser morna, ainda assim com sorriso nos lábios.
Na Dreamzone todas as noites foram longas ao som de dj´s locais, nacionais e internacionais. Foi aqui que houve maior afluência de público e onde a noite acabava já de manhã. Como se quer!Balanço muito positivo para esta comissão que soube animar os terceirenses e demais visitantes que já esperam pela edição de 2008. Assim ela chegue!
in jornal "A União", 15 de Agosto, 2007
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